terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Fugindo


Sonhamos cegas com a França. Fazemos guerra de travesseiros aqui na América. Um estádio fúnebre no video game. Nada mais lindo ver a gente jogar. A noite é desigual por aí, mas de manhã voltamos, a pé, pra cá. E se tudo estiver no lugar, antes do despertador tocar já fomos de novo. Não sabemos quando vamos voltar. Assistimos futebol na praça. Com alguns passos duelo no viaduto. Numa rapidez que é tão estranha, alguém me diz se é pra rir ou chorar!? A informação é sina sem fim. Cambaleando a gente vem, a pé, pra cá. Vamos ver se o carnaval nos aceita. Se aceitar, a gente vai a pé. Pode fugir pra cá quando quiser.

Pra Blenda. Inspirado na música do Fabio Góes.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O cabelo pode até ser grande, mas precisa ter corte.


Acho que, então, começo, finalmente, a me encontrar. Eu, que sempre fui tão decidida e bem resolvida, andei perdida. Escondida. Reprimida. Deprimida. Adormecida. E querendo, arduamente, acordar. Desperto agora do sonho de outrora. Sonho bom e ruim, mas, felizmente, com um fim. Porque a realidade é sempre o melhor pra mim. E eu vou assim, vivendo. Me mostrando novamente. Me revelando a cada instante. Me libertando e divertindo. Seguindo meu caminho. Abandonando o ninho, cortando o cordão umbilical. Sentindo os sons, as cores, os cheiros e as pessoas que vêm das ruas, afinal. Queimando no sol após o temporal. Sentindo o vento embolar meus cabelos e fazendo favelinha no varal aqui em casa. Criei asas. Fui buscar meu lugar. Só meu. E foi nisso que deu. Eu. E elas. E as cervejas nas janelas. E essas imagens belas do mundo acabando e recomeçando, a cada dia. Posso falar de bom dia. Dores e amores do sorria. Viaduto, praia e bar. Amoras no meu lar. Horto florestal para, toda manhã, visitar. Voltei a estudar. Coleguinhas novos para me alegrar. Muita coisa, ainda, para arrumar. Minha vida para organizar. Tempo bom de recomeçar com as águas prometendo nova vida no meu coração. Alma lavada, esperança renovada, casa bagunçada e a gente dançando na calçada. Encontro a estrada que leva ao equilíbrio. Que o vento me leve, leve. Sou um perigo! Tudo é mesmo perigoso, divino e maravilhoso. Não quero mais saber de ninguém fraco e medroso. Marco agora quem sou eu, entre minha mãe e o pai que Deus me deu. Abro mão da malandragem, preguiça e falta de compromisso. Bobeira, também não tenho nada com isso. Me vejo popular, carismática e elétrica, mas organizada e comprometida. Não sou metida, mas intrometida. Luto pelos meus direitos e busco cumprir com meus deveres. Vivo de afazeres e prazeres. Não é preciso se enquadrar num padrão. Ter estilo é muito "bão"! Mas cortar o cabelo não fará de você mais um em um milhão. Vem cá, me dê sua mão! Vamos dançar na chuva que, com você, no último verão, não quis tomar. Vem me amar.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Bad vibe alto astral


Cansei
Ignorei e relevei
Eu, que sempre fui responsável
Ouvi que não
Deixei passar em vão
E não fiquei instável
Me divirto e sorrio
Assobio
O meu futuro
Brilhante
Vou avante
Construo o amanhã
Não distante
E recomeço toda manhã
Confiante
Sem dar ouvidos
A essa gente ignorante
Dou duro
Não me meto
Em qualquer apuro
Apuro
Os fatos
Não repreendo meus atos
Não cometo
Os mesmos erros de antes
Não quero voltar
Não vou ligar
Nem brigar
Brincando
Sem desesperar
Sigo, apenas
E faço meus poemas
Estudando
E mudando
A cada dia
Bom dia
Cheio de alegria
Andando
Com euforia
Vivendo
Fantasia real
Caio na real
Não tenho um real
É surreal
Mesmo assim
Continuo astral
Ai de mim
Não encontrar um emprego
Normal
Quando achar, sossego
Nada mal
Eu continuo aqui
Na capital
Cansei
E coisa
E tal

sábado, 21 de janeiro de 2012

Manifestações engraçadas


É, saí. Fui ver o céu, me perder entre as estrelas. Brilhar com meu copo alucinante. Rir com minhas amoras a cada instante. Porta de banco, calçada portuguesa, farmácia, varanda e patins na praça. Bagunça no ônibus. A alegria é de graça. A primeira de muitas pérolas. E a primeira crise de riso. Lágrimas de euforia. Tapas hipnotizantes e poesia. Maçã verde. A noite. A cidade. Os carros, as pessoas, o som do celular que não parou mais de tocar. Meninas, pelas ruas, a dançar. A imaginar bobagens. O batom vermelho. Nossas imagens no espelho do elevador. E o esquecimento de toda e qualquer dor. Que seja como for, sempre há amor e um pouquinho de perigo. Não temos abrigo, mas nos sobram lindos e bons amigos. Vale a pena cantar. Se chorar, aproveitar para lavar a alma. Calma! Bate palma e se lança. Andança. Abraços. Despedida. A ida para casa. Gargalhadas nos corredores e escadas. Marcas sujas e doloridas das pancadas. Mancadas. Sonhos e risadas madrugada adentro. Encantamento. Pela manhã, lamento ao celular. Vá para a janela voar, claridade. Daqui é sempre linda esta cidade!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Aqui


A faxina vai bem. Não me falta nada. Ao contrário, sobra. Tenho muito o que jogar fora e já decidi o que fica e o que vai. Eu nunca sei da hora, mas não ando tão atrasada agora. Os presentes que ganhei, não uso mais. O que não é meu devolvo em paz. O que ficou está combinando muito bem. Mas por aí deve faltar. O ar da minha janela. Minha visão de ti, tão bela. Os desejos numas fitas. As palavras não ditas, mas escritas. As canções que você fez pra mim. O fim. Sei como é ruim sair com essa sensação de que falta algo em você. Mas a gente se vê e você vai perceber. O que te falta agora, sempre te faltou e para sempre faltará. Chama-se coragem e não é a ausência do medo, mas a certeza de que algo é mais importante. Sei bem que pra você nada é importante e nada vale a pena se o fizer enfrentar algum problema. Não meu, mas seu dilema. A festa acabou, os planos feitos lá não deram em nada, mas este ano ainda será muito bom. Não perca o tom. Dê um jeito no cabelo, lave o rosto mais uma vez, coloque uns livros na estante e uma flor na sua mesa. Espere que o acaso te traga uma surpresa. Nem ela nem ninguém vai notar que falta alguma coisa em você. Mas quando ela chegar, se dê. É apenas um conselho. Se olhe no espelho, se encare de frente. Aqui, eu estou mesmo muito contente. Encontrei outro alguém, diferente e sorridente. Por quem me apaixono, inutilmente. Mas me divirto bastante, felizmente. Meus amigos não repreendem arduamente, sorriem e torcem pela minha nova semente. Que ela encontre terreno fértil e brote, forte. Que minha sorte mantenha meu copo aceso e brilhante a todo instante. Que tudo se resolva e se complique agora e adiante. Que a vida me encante todo dia. Que eu suporte a correria. Que sejam todas as coisas. Não as que eu queria, mas as que quiserem ser. Vamos viver!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sobre recomeços, alívios, favores, decepções, sementes, canções e liquidações.


Recomeçar. Limpar a casa, o quarto, o facebook, o coração. Jogar fora aquela nossa canção. Mudar as coisas de lugar. Levantar. Lavar o rosto, sacudir a poeira e continuar. Leve, vou tranquila. Fiz o que pude. E o que não pude também. Joguei fora meu orgulho e tentei, outra e mais uma vez. E o que você fez? Um favor. Ah, pelo amor! Não precisa me procurar. Não precisa me ajudar. Se me encontrar por aí, não precisa nem mesmo me cumprimentar. Não precisa se preocupar. Eu sei me virar sozinha. E dispenso toda e qualquer lembrança, bem como a esperança de tudo se acertar. Não espero mais. Não tenho no que apostar. Isso é aliviante. Embora doloroso, me faz ir avante. E, como sempre, cantante. Feliz como só eu. Curtindo o mundo que é meu. Os presentes que Deus me deu. Dispenso tudo que vem de ti, o que não valeu a pena. Deleto agora (e finalmente) nossa cena. A dor, então, se faz pequena. O amor eu soltei no vento, você pode guardar o sentimento no antiquário, se quiser. Eu o afoguei no aquário de outros olhos. Grão que não deu o que colher. Semente morta que eu plantei. Não mais importa. Lutei e perdi. Nadei e nada vi. Mas cheguei viva à praia. Agora eu vou pra gandaia! Alguma coisa eu aprendi: nada do que se planta nasce ali.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Espere por mim, morena.


Eu quero te falar tanta coisa! Sei que elas são um erro, por isso não me atrevo. Já me atrevi uma vez e você nada fez. Faça alguma coisa! Espere por mim... Não! Não precisa esperar. Venha logo me raptar! É o que eu te pediria, mas não devo. Eu estive esperando desde dezembro. Você não apareceu. Você não vai aparecer, não vamos lutar, muito menos nos amar como em novembro. Eu sei. Errei. Lancei no vento nosso amor e agora vivo neste impasse. Você poderia ficar aqui para sempre, se tentasse. Tente! Continue firme por mim. Volte! Fique comigo que as nuvens partirão. Sempre te observei como as outras não farão. Não quero dizer adeus. Nem a você, nem aos seus. Eu apenas espero que você apareça, mas sei que você nunca voltará. Esqueça. Nunca sentiremos como antes. Tudo passa e sempre passará. Talvez, no futuro, seja mais. Ou menos. Mais ou menos. Tentei te deixar ir mas não consegui partir. Será que você ainda me espera voltar? Se eu soubesse a resposta poderia dizer que chego já. Vou me arrumar e sair, dormir e sonhar. Se quiser que eu volte, pode me acordar.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Vem andar comigo!


Só quem já morreu na fogueira sabe o que é ser carvão. Queimar pode não ser tão em vão quanto mais uma ilusão ou este amor que há dentro, no coração. Não estarei segura nos braços de ninguém. Não há quem possa me trazer a vida. Ela é gratuita e, dela eu abuso. Meu tempo eu uso. Talvez em vão. Ou não. Escrevo agora uma canção. Ela não me trará ninguém, apenas diversão e boas risadas. Palhaçadas. Bons motivos pra sorrir. Minha força pra seguir em paz. Arrancar meus cabelos não vai resolver os problemas que a vida me traz. Minha canção não será pra você. Não mais. Sangrei. Mordi. Bebi. Surtei e me lancei, sorrindo. Gozei. Ressurgi. Sumi. Voltei. Não definhei. Meu caminho desenhei. Sigo certa numa direção incerta. Vou ao Deus dará sem saber onde vai dar. A porta vai estar sempre aberta. A janela também, a clarear. Esperar também é caminhar.

A foto é da Betty, eu acho.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Go play a video game


Balançando na janela, aqui do décimo quinto andar, não dá pro medo me alcançar. Entrar com o carro na contramão e, dirigindo perigosamente, arrancar todas as placas do caminho não faz de mim um passarinho. Mesmo assim, vou sossegada e assobio, e é porque eu confio no seu carinho mesmo que ele venha num tapa. Abra uma cerveja, encha meu copo brilhante e jogue video game comigo, neste instante. Eu estou numa saia bonita, comportada e que você não pode tirar. Mas eu tenho asas, sei voar. Como você é irritante! Leve seu corpo pelo centro da cidade, aqui na minha janela tem mais claridade. Você pode voltar, se sentir saudade. Eu me inclino para um grande beijo, passo seu perfume preferido para que alguém me ame. Não me engane. Vá jogar um video game. É você? Você? Tudo o que eu faço. O céu na Terra, a paz, a guerra. Me conte todas as coisas que você quer fazer. Posso fazer com você? É melhor do que eu pensava. Diversão que chegou quando a dor me maltratava. Amor? Dizem que só vale a pena viver se houver amor. Tá calor, ou sou apenas eu que ando precisando de um liquidificador? Cantando nos bares da cidade, dançando e cambaleando com as estrelas, vivendo para a fama, beijando no escuro azul, jogando sinuca e dardos. Video games. Me segure nos seus braços, desamarre comigo os velhos laços. Não ligue para os meus pés descalços, sei lidar com os percalços. Bêbada, vejo estrelas. É tudo no que eu penso. Novos brindes com os amigos no bar. E um mar de gente que mora no meu coração. É esta a minha idéia de diversão: jogar video games.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Roleta russa


É isso. É, finalmente, o fim. Seu único amigo. E apenas mais um dos meus inúmeros e agitados amigos de infância feitos nas últimas horas, dias, semanas, meses e anos. Eu sou assim mesmo. Todo mundo é meu amigo, basta eu ir com a cara da pessoa, o santo bater ou sei lá o que de almas que se entendem. Se eu gosto é meu amigo, e pronto. A partir daí vou mesmo ficar extremamente a vontade pra tudo e qualquer coisa e, espero o mesmo de volta. Serei sincera, aberta, transparente, folgada, sem noção. Chame do que quiser. Eu chamo de felicidade, uma coisa que você não conhece. Eu sou feliz simplesmente. E sou popular, e extravagante, e espaçosa, e espalhafatosa, e exagerada, e expansiva e extremamente comunicativa. Não vou deixar de ser assim, sinto muito. E foi só ontem, conversando com um amigo que (pasme!) eu só vou conhecer hoje a noite, que percebi que, por isso mesmo é que não dá certo. Minha espontaneidade te envergonha. Ou assusta. Ou os dois! Eu sinto muito, mas não ligo mais. Não vou deixar de ser assim pra agradar alguém que acha que esforço pra dar certo é passar o sábado a noite na minha casa, bebendo comigo. Não, isso não é se esforçar, tampouco abrir mão. Cansei de imaginar mudanças impossíveis, de acreditar num crescimento indesejado, de esperar por um milagre desnecessário. Não quero mais me chatear com quem esquece (ou faz de conta que esquece) o que falou e não cumpre com o que combinou. Não quero mais vigiar meus passos e atitudes pra não incomodar. Não quero mais que me chamem a atenção. Atenção! Tudo é perigoso, divino e maravilhoso. Tudo isso ao mesmo tempo. É preciso estar atento, e forte, sem temer a morte ou qualquer dor. A vida não é história em quadrinhos, meu amor. Sinto muito, mas seu destino é virar bolor. O meu, é sair por aí, espalhando amor e dor. É chegada a hora. Me desprendo, afinal, e me vou. Foi bom e divertido o que rolou. Mas é só isso, acabou. Falou!

Feito esta madrugada, enquanto eu refletia sobre 'Roleta' do Lulu, que tocou na rádio, me acordando.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Abra os olhos e veja tudo!

É, senti saudade. É verdade. Pode acreditar nos rumores. Ando me divertindo horrores! Mas ontem, senti sua falta. Tocou aquela sua canção e foi bem estranha a sensação. Acho que se chama melancolia, não sei ao certo. Quis, outra vez, ter você por perto. TPM depressiva, decerto. Fui dormir pensando que podia. Acordei sabendo que não devia. Na rádio que costumávamos ouvir, uma voz dizia que 'não tem nada não, de confusão não se vive', me despertando. Acordei do sonho, enfim. Vou voltar à alegria que tenho vivido todo dia. A noite se foi, já é dia. Abra os olhos e sorria: bom dia!

Lembrando do 'Feche os olhos e veja tudo!'

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Todo dia é o fim do mundo

E chegou, enfim, 2012. O ano do fim do mundo segundo certas interpretações místicas do calendário Maia. Acontece que não é de hoje que o mundo está acabando, pouco a pouco. Já não temos mais tantos recursos naturais disponíveis, nem espaço no planeta para depositar nosso lixo, que é cada vez maior e de mais difícil decomposição. Não é de se espantar que o mundo acabe mesmo, um dia desses. Mesmo porque, todo dia é o fim do mundo, já que não sabemos o dia de amanhã. Vai que você morre? Pronto, o mundo acabou pra você. Sem contar os ínumeros problemas que nos desesperam dia após dia, fazendo parecer que o mundo desabou sobre as nossas cabeças. Isso sem falar nas tristezas que nos fazem pensar que não vale mais a pena viver. E os desastres mundo afora? E as injustiças que presenciamos diariamente e, às quais nossos olhos já estão (infelizmente) habituados? Pois é, todo dia o mundo acaba pra alguém em algum lugar. Todo dia é dia de respirar mais fundo e de viver, pois não sabemos o que vai acontecer. Melhor correr! Não é atoa que vivemos às pressas. É preciso mesmo correr, não só para conseguir um lugar ao sol, mas também para sobreviver em meio a tudo isso. Não temos tempo para desperdiçar, mas desperdiçamos comida. Não temos tempo, é sempre essa a desculpa. Para não reciclar, não reaproveitar, não reutilizar. Para comer o enlatado ao invés do orgânico, para usar sacolas plásticas ao invés das retornáveis, para comprar tudo de que necessitamos e que, muitas vezes, poderíamos fazer. É chegado um novo tempo! Tempo em que o artesanal vence o industrializado; em que o reciclado, reaproveitado, reutilizado, vence o novo; em que aprenderemos a aproveitar melhor nosso tempo, nossos recursos e a vida. Acredito que 2012 não é o fim do mundo, mas o fim de um ciclo, em que uma concepção torta do mundo reinou e, início de um novo período de maior consciência e responsabilidade. Tempo de sustentabilidade no sentido primeiro da palavra. Tempo de ter tempo para si e para os outros, para respirar fundo e viver, de verdade. Já é tarde!

Cadê a moda mineira?


Quem me conhece sabe o quanto eu sou exigente, crítica, perfeccionista e rígida, principalmente comigo mesma, o que nem sempre é bom mas costuma ser. Sou também extremamente dedicada e comprometida, responsável e disciplinada, além de talentosa e habilidosa. Não é me gabando não - apesar de modéstia não ser mesmo meu forte -, quem já me viu trabalhando sabe que é verdade, como também é verdade que eu não tenho medo de trabalho e não sou fresca. Pois bem, já faz mais de ano que me formei (em Design de Moda, pra quem não sabe) com inúmeros destaques acadêmicos, monitorias, estágios e prêmios (um currículo acadêmico realmente invejável), e estou apta para exercer minha profissão com competência. Só que eu não encontro trabalho! Alguém me explica o que acontece com este mercado em Minas Gerais, por favor? Estou formada e qualificada para diferentes atividades, bem como muitos amigos e/ou conhecidos meus que também se formaram há algum tempo, mas (como eles) não consigo nada! Preciso trabalhar! Mas não de vendedora em uma loja de roupas. Não passei 3 anos da minha vida dando sangue e suor na faculdade pra isso! E as únicas vagas que vejo, toda vez que procuro emprego na área, são de vendedora, fora alguns estágios, que não posso fazer por já estar formada. Juro que não entendo o que acontece. Cadê a moda mineira? Não quero viver de escrever mediocridades repetitivas sobre as tendências da última estação em blogs bobos. Também não quero passar minha vida vendendo roupas num shopping. Quero colocar a mão na massa, dar raça por uma coleção, a cada seis meses ou menos. Quero viver na agitação de ter um milhão de coisas para resolver e poder usar minha criatividade e inteligência diariamente. Eu quero trabalhar com moda realmente. Tá lançada a semente.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

História de uns gatos

Lá era como se todos os dias fossem sábado ou algum feriado. Nunca havia nada de errado. Estavam todos, sempre, descabelados. Purpurinados. Empolgados. Animados. Eram todos muito amados. Não havia tempo para tristeza. Era a alegria que estava sempre à mesa. E nenhuma alma sairia ilesa. Cheiravam a arte e podiam ir a qualquer parte, abastecidos apenas de mágica. Ignoravam a lógica e viviam ao Deus dará. Afinal, esperar também é caminhar. Não tinham do que duvidar e por isso mesmo, sempre se surpreendiam e não se arrependiam de nada que passasse perto do coração. Ficar roxo é sinal de que teve ação. Eram pura emoção. Sensação daquele verão. As folhas do outono cairam pra mudar, e o acaso eles foram encontrar. A sina estava perto e o destino tinha dado uma guinada, decerto. Lembraram, então, que as coisas que querem ser, sempre são. A vida bateu na porta deles e eles abriram. Espertos, estenderam-lhe a mão e escancararam o coração.

Para Miguelzim, Clara, Ale, Sergio, Walter, Thayna, Paulinho e Naninho.

O título é por causa da música dos Saltimbancos 'História de uma gata'

domingo, 8 de janeiro de 2012

Meu vazio mais o seu vazio enchem uma sala de boas risadas!


Não, hoje eu não vou falar de amor. De nenhum amor. Do meu amor. Do amor. Também não vou lembrar dor alguma. Muito menos rancor. Hoje brindo a alegria da vida. Ser feliz é um luxo! E como estou luxuosa hoje! Cansei de estar vazia e de me repetir. Resolvi vestir meu melhor sorriso e ir ver a vida. Ela anda tão colorida! E atrevida! E divertida! As coisas que andam querendo ser me dão só mais vontade de viver e viver, sempre mais e mais... Em meio aos bons drinks, copos de leite me fizeram sorrir e tirar os pés da lama. Cambaleando, desprevenida, cai entre as estrelas e encontrei o céu, que é um lugar na Terra. Logo, encontrei o destino, que deu uma guinada. Estou maravilhada! Vim daquela família encantada. Sou palhaço no circo mais bonito da cidade. Que felicidade!

Para Clara Flowers, Juninho pirata, Sergio Santos, Miguelzim nerd e todos os Batistas

sábado, 7 de janeiro de 2012

E o vento levou...

E o vento levou minha saia,
bagunçou meus cabelos,
me envolveu o corpo inteiro
e me guiou pelos ares.
É que há mares que ainda não naveguei.
Em porto nenhum cheguei.
Vontade alguma eu neguei.
Por algum tempo esperei.
Ouvi dizer
que esperar
também é caminhar.
Posso acreditar?
Não há do que correr.
O medo não vai me vencer.
Vou deixar que o vento leve,
me carregue.
Escorregue
nas canções.
Liberte suas emoções.
Livre, vá, tranquilo.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Sobre fragilidade e força, imaturidade e crescimento, alegria e sofrimento.

Força, aqui no meu dicionário: Saúde física; vigor. Energia física ou moral. Esforço para fazer algo. Influência, prestígio.

Portanto, forte é aquele que tem força, vigoroso. Valente. Poderoso. Com muita possibilidade de vitória. Consistente, rijo. Intenso, violento. De valor, de peso.

Já o fraco, é o que não tem força física, saúde, vigor. Sem força de vontade. Sujeito a errar, a pecar. Sem autoridade, poder, importância, influência. Pouco versado. Frágil. Pouco expressivo, medíocre.

Cresci rodeada por mulheres fortes, muito fortes, em todos os sentidos. Mulheres independentes, bem resolvidas, batalhadoras e que, em sua grande maioria, criaram sozinhas seus filhos, e muito bem, diga-se de passagem. Aprendi, com elas, desde muito cedo, a me virar sozinha, a ser dona do meu nariz, a cumprir com meus deveres e, por isso mesmo, lutar pelos meus direitos. Aprendi com elas a lidar com a dor e adversidade, e a aproveitar cada mísero momento de felicidade (que, pude ver, também com essas mulheres, acontece a todo momento, diariamente). Aprendi o que é solidariedade, comprometimento, parceria e lealdade. Aprendi tudo o que eu sei da vida, com cada uma das mulheres fortes que passaram por mim e não apenas as da minha família, que são ótimos exemplos. A vida me colocou ao lado, sempre, de uma figura feminina de grande valor. E foi com base nessas figuras e nas vivências delas e também nas que tive com elas, que defini meus valores e princípios, formei meu caráter, e amadureci, talvez precocemente. Sou muito grata a cada uma dessas mulheres, porque tenho muito orgulho da mulher que me tornei. Sei que ainda tenho muito o que crescer, aprender e melhorar, mas o que sou hoje já me alegra bastante. Mas não é sobre a mulher que eu me tornei que eu quero falar.

Por outro lado, as figuras masculinas que povoam e/ou povoaram minha história, são todos uns fracassados. Fracos. Medrosos. Covardes. Salvo algumas exceções, claro. Mas homem, homem de verdade, na minha vida, é muito raro. Quase todos eram alcóolatras, frustrados profissionalmente, mal resolvidos amorosamente, com dificuldade de enfrentar seus próprios medos e os obstáculos comuns à qualquer percurso. Nunca tiveram a capacidade de ensinar algo aos seus filhos e, tinham um péssimo relacionamento com suas mulheres. Não tinham metade dos talentos e habilidades que elas. Eram perfeitas inutilidades. Mas eu sou grata a eles também, porque presenciar tamanha fragilidade masculina, me fez perceber que eu não posso, em hipótese alguma, querer depender da capacidade de um homem, qualquer que seja. Me fez ser mais macho que muito homem. Fez com que eu aprendesse a me virar sem uma figura masculina do meu lado, com que eu, princesinha, não esperasse pelo príncipe encantado.

Infelizmente, a história se repete, e eu, forte como as mulheres da minha vida, vivo tropeçando em homens (ou seriam meninos?) frágeis e medrosos, imaturos e, muitas vezes, mimados. Complicada essa situação, porque eu preciso ter um namorado! Pra quem vou fazer versos dramáticos de amor e dor? Com quem eu vou brigar todos os dias por motívos bobos como músicas e filmes? Com quem eu vou fazer viagens pra qualquer lugar, só pra passear? Com quem eu vou tomar todas e ver o dia raiar? Quem vai musicar minhas letras? Quem vai curtir minha janela comigo? Quem vai ser meu melhor amigo, e mais que isso, abrigo?

Preciso ter sorte e encontrar um homem forte. Eu acredito já ter encontrado, mas ele está ainda amedrontado, fechado em sua casca. Sei que é meu dever salvá-lo, mas também devo respeitá-lo. Grande emoção e decepção, dono, ainda, do meu coração, não posso te livrar da sua prisão. Você tem que fazer isso sozinho, meu benzinho. E aceitar que viver não é só o lado bom, mas que também há dor em meio ao prazer. Espero, um dia, te rever, e reconhecer no homem forte que eu avistar, o menino frágil que hoje aí está. Que seja sempre lindo e gentil, talentoso e carinhoso. Divertido e despreocupado, meu melhor namorado.

Onomatopéia

Tátátá tetéia!
Faz barulho na cidade
Que a claridade
Já invade meu ser
Não sei, ainda, que som quero fazer
Barulhinhos bons
Em todos os tons
Menos no seu
Que um gato comeu
Sua língua
Que agora míngua no breu
Problema seu
Hahaha puxa!
Assim pareço uma bruxa
Que seja
Creio que vou tomar uma cerveja
Festeja eba eba!
Peleja, deu zebra
Já não tenho medo do escuro
Nunca houve este futuro
Que imaginei
Já sei
Crescer dói
Mas faz bem
Pra você também
Hunm, meu bem!

Seis


Era pra ser dois, não fosse quase um.
Mas já não é número algum.
Era pra ser feliz, não fosse triste.
Acredito que, ainda, algum amor aí existe.
E resiste, inútil e bravamente.
Um dia, renasce das cinzas, semente.
Ou é só sonho que mente ao meu coração.
Não se pode viver de ilusão.
Faz da minha letra uma canção!
Seis dias para te esquecer.
No sétimo, recomeço a viver.
Afinal, ao final, a vida recomeçaria.
Sei que esse dia chegaria.
Sorria.

Sem fantasia

"Vem, meu menino vadio. Vem, sem mentir pra você. Vem, mas vem sem fantasia, que da noite pro dia você não vai crescer. Vem, por favor não evites meu amor, meus convites, minha dor, meus apelos. Vou te envolver nos cabelos. Vem perder-te em meus braços pelo amor de Deus! Vem que eu te quero fraco, vem que eu te quero tolo, vem que eu te quero todo meu. Ah, eu quero te dizer que o instante de te ver custou tanto penar. Não vou me arrepender. Só vim te convencer que eu vim pra não morrer de tanto te esperar. Eu quero te contar das chuvas que apanhei, das noites que varei, no escuro, a te buscar. Eu quero te mostrar as marcas que ganhei nas lutas contra o rei, nas discussões com Deus. E agora que cheguei, eu quero a recompensa, eu quero a prenda imensa dos carinhos teus."

Música do Chico

Reflexão

Meus versos não precisam rimar
Nem versos precisam ser
Da mesma forma, não preciso te amar
Embora ainda goste de você
Nossas canções não têm que tocar
Assim fica mais fácil te esquecer
Aliás, esqueci de te falar
Como foi bom te conhecer!
Mas já não dá mais pra colar
E recomeçar, como se vê, é o melhor que temos a fazer

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Outra canção boba de (te) ninar


Pensei te ver assim, triste
Quis poder te acalmar
Mas não há mar
Que me faça chegar
Sobrou apenas uma canção boba
De amor para te dar
Mais uma e eu, ainda, sem saber rimar
Pararei, quando dor alguma te restar
Escrevo também pra desabafar
Espero poder te consolar
No vento, fitas com palavras te mandar
Se quiser, você pode, ainda, minhas letras musicar
Na minha janela ainda há muito ar
E o sol insiste em brilhar
Não esqueça o protetor solar
Respirar é fundamental para continuar
A dor tem um objetivo a atingir
Seus pés aguentarão, é só seguir
Em breve o encontro acontecerá, vou te sorrir
Pode ir e rir
O melhor ainda está por vir

Canção de (te) ninar

Vou te fazer uma canção
Que é pra acalmar seu coração
Que é pra fazer você sarar

Depois que esse vento passar
Quando essa chuva, enfim, parar
Seus olhos ela vai enxugar

A dor, um dia, acabará
O amor, semente, brotará
E a vida recomeçará

Seu coração vai se acalmar
O sol, na janela vai brilhar
Nenhum medo te restará

Te estendo minha mão
Volto a ouvir sua canção
Vou chegar no fim do verão

Coração burro


Sei que devo esquecer e seguir. Mas uma idéia não me sai do pensamento. É só uma idéia, afinal, um tormento. Lamento, mas não consigo deixar de pensar em recomeçar. Afinal, ao final, a vida recomeçaria. Sei que nosso encontro acontecerá, ainda. E como vai ser? O que vou fazer? E você, vai fugir? Devo te abraçar ou apenas acenar? Como vou me comportar na sua presença? Licença, coração. Devolva minha canção? Não? Sim ou não? Pensamento vão. Quero pegar sua mão, te pedir em casamento de brincadeira novamente. Ficou lá em Dandara essa semente. Feliz ou infelizmente. O amor não mente. Me vê de frente e você, fugindo. Deveria estar agindo. Assumindo os riscos e vivendo. Emendo: sonho ainda te encontrar e com algo que pode rolar. Que tal se a gente só ficar? E deixar o tempo passar relativo ao nosso tempo e o então aqui estamos. Haveria tempo pra canção, e pra entender nossa relação, pra aprender a lidar com essa emoção. Ainda não. É só uma ilusão. Cala a boca, coração!

Pelos ares


Moro numa janela
E vejo tudo enquadrado.
Não fossem as grades,
Me arriscaria a voar...

Profundo (por enquanto)

Quarta-feira, 15 de junho de 2011.

Ela suspirou e com um arrepio, gelou.
Seu coração, acelerado, mandava um recado:
É amor, é amor!
Ela não entendeu, e o perdeu.
Então vieram lágrimas,
Como a chuva que não quis tomar,
E uma vontade louca de passar.
Com o tempo, se acalmou,
Mas uma melancolia ficou.
Podia ter feito algo diferente,
Podia ter sido ainda mais contente!
Uns meses passou sem suspirar,
Deixou mais uma lágrima rolar.
Um dia, porém, suspirou novamente.

Novo de novo


Novembro de 2010.

O vento que hoje passa pelo meu lar é de mudanças, de ações. Sinto que preciso ver mais pessoas, sair mais, dançar mais, sorrir mais... Deixar o vento despentear meu cabelo, levantar minha saia e me tirar do chão. Preciso voar mais, e também sozinha. Me orgulho do que foi feito até agora. Entendo que cada dor foi necessária ao meu amadurecimento e das outras pessoas envolvidas, mas ainda tenho muita estrada pela frente. Pressinto outras dores, inevitáveis, mas estou tranquila para encará-las. Começo este ano retomando amizades, matando saudades, conhecendo pessoas, cantando sem saber cantar, me achando mais bonita e muito mais feliz que antes. É esta felicidade tranquila e inquieta que quero dividir com todos os meus amigos queridos. E a certeza de que mudar dói, mas além de ser necessário, faz bem.

Sonho real

Dezembro de 2010.

Conversar.
Sentar do seu lado, pegar a sua mão e te ver sorrir com os olhos.
Ouvir o que você tem a dizer e não saber responder.
Me calar então, e apenas te escutar.
Ter você nos meus braços me contando sua vida.
Te conhecer além do que se pode ver.
Ouvir você dizer que eu sou bonita, pedir que eu olhe pra você...
E eu sem conseguir, sentindo minha bochecha corar.
Ver você sorrir e perceber que é pra mim.
Te ver andar, desajeitado, na minha direção.
Sentir seu cheiro, ouvir sua voz.
Perceber que você é real e não apenas sonho meu.

Cantiga de amigo

Domingo, 5 de dezembro de 2010.

Adoro acordar e ver
Você sentada na beira da cama
Com minha camisa e sua xícara de café
Me olhando dormir
Fazendo cafuné
Esperando pelo momento
Em que eu abrir
Os olhos
Pra sorrir

Gauche


Quarta-feira, 8 de setembro de 2010.

Não perdi o gosto pelo experimental.
Andei fugindo das lembranças, só.
Larguei mão da perfeição.
Eu que sempre fui às avessas,
Deixei o torto me subir à cabeça.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Fragmentos, lamentos, canções e agradecimentos

Minhas letras e canções
Eu ouvi dizer
Toquem o meu coração
No ringtone do meu celular
O que cabe na canção
Cantar você
Música pra te alcançar
A voz desses corações
Mais uma canção
Aprisionado nas canções
A procura de um outro som
Hoje eu canto
Pra fazer barulho eu mesma faço
Sempre rola um som
Entre o sonho e o som
Uma balada nova
O canto foi aprovado
Loucura, chiclete e som
Ouvir aquela canção
Me ajuda a cantar
Canto contra a melodia
Letras e músicas
Todas as músicas que ainda hei de ouvir
Toma esta canção como um beijo
Não me impede de cantar
Te fazer canções
Soa em minha voz
Quero tocar no som
Viver cantando
A canção que chegou
Transformar o tédio em melodia
Num silêncio escutei
Mais bandas que amigos
Tenho mais discos que amigos
Catando a poesia
Fazer uma presa da minha poesia
Parte cantando
Você vai querer cantar
Na caixinha, um novo amigo e um samba antigo
Saudades da nossa canção
Quem é essa voz?
Me sopre novamente as canções
Para delírio das gerais
Sussurrando em versos e trovas
Que andam nas cabeças, andam nas bocas
Que cantam os poetas mais delirantes
Pra quando o carnaval chegar
Um dia, em mim, essa aflição sossega
No ar a força diferente
Unos num canto, numa só voz
Pra nascer uma canção
Pra sonhar e cantar
Ouvidos agradecidos

Grito!


Quarta-feira, 29 de dezembro de 2010.

Acordei vomitando as palavras.
Abri a boca e os cadernos.
Me esvaziei de mim.
Preciso estar leve pra recomeçar.

Porque já é tempo de cuidar da sua vida


Pode ser que não tenha nenhuma ligação entre estes fatos. Mas, fato é que, tirei meus pés do mar e, não morri na praia, nem mesmo pude me afogar. E meu insconsciente nem ousou me sabotar. Matrícula feita. Nova caminhada. E um vazio aqui, na minha morada. Foi medo que te levou a me pedir para descer? Foi o que entendi, e fui o mais breve que se pode ser. Uma pena tudo isso! Acabou o compromisso. Não o meu amor. Nem sua dor. Bom... seja como for. Já é tempo de te guardar num poema, naquelas músicas, nas fotos dos nossos pés que queriam andar lado a lado. No caderno que eu ganhei do, então, meu namorado. Não fique magoado. Sobre todo o resto, está perdoado. Sei da sua dificuldade e imaturidade. Sei o quanto você se deixa ser covarde. Contudo, sortudo. Meu tudo. Ou menos. Mais ou menos. A vida é mesmo estranha. Vai ficar uma saudade tamanha! Hora de mudar de assunto, de rumo, de lugar. De perfume, de bar. Parece mais fácil não te encontrar por aí. Não vou mais te procurar. Vou parar de chorar. E vou tocar a vida por aqui. Ela nunca me falta e é feliz até quando me maltrata. Que fique o que foi bom, o que valeu. Que algum dia, ainda, você queira (e possa) ser meu. Todos os meus versos, rabiscos e sorrisos são seus. Da janela, meu adeus.

Noite e dia


A noite quente no bar não precisa ser solitária. O tédio não precisa ser sufocante. Que mal há num gesto descuidado ou numa frase inconsequente? Errar não faz de você um bicho do além. O riso provocante ainda é um desafio? O olhar tem que ser morno e prudente? Qual o problema se a criança quer ficar na sua vida imperiosamente? O anseio torturante pode acabar. O corpo impaciente não precisa ficar. A boca incendiada sempre estará junto ao seio palpitante, beijo incandescente. O coração, descompassado, suplica. Por que fugir desse fogo que arde furiosamente? Por que negar o desejo urgente e devastador? Por que causar tanta dor? Entregue-se, obediente ao ardor dilacerante. Sua alma adolescente clama pelo meu abraço alucinado. Grite, triunfante, louco e desvairado. A paz chega, de repente. Ela se faz no abraço da gente. E não precisa ir embora. Viva essa paixão febril. Agora! Não se conforme com o fim, a despedida, o vazio doendo, persistente. Não quero ser, para ti, ausente. O silêncio frio não precisa se estender por toda a vida. A dor não precisa nos acompanhar lembrando uma noite distante, inutilmente. Posso ainda ser tua para sempre, amor. O instante se faz presente. Seja forte, valente. Enfrente seu medo e fique. Fica comigo. Quero você mais que amigo, meu abrigo. Se machucar, é só tentar curar, devagar. Vou te guardar no olhar, no cheiro, no gosto, na lembrança. Talvez um dia eu perca a esperança. Hoje, porém, vou brincar de ser criança.