Força, aqui no meu dicionário: Saúde física; vigor. Energia física ou moral. Esforço para fazer algo. Influência, prestígio.
Portanto, forte é aquele que tem força, vigoroso. Valente. Poderoso. Com muita possibilidade de vitória. Consistente, rijo. Intenso, violento. De valor, de peso.
Já o fraco, é o que não tem força física, saúde, vigor. Sem força de vontade. Sujeito a errar, a pecar. Sem autoridade, poder, importância, influência. Pouco versado. Frágil. Pouco expressivo, medíocre.
Cresci rodeada por mulheres fortes, muito fortes, em todos os sentidos. Mulheres independentes, bem resolvidas, batalhadoras e que, em sua grande maioria, criaram sozinhas seus filhos, e muito bem, diga-se de passagem. Aprendi, com elas, desde muito cedo, a me virar sozinha, a ser dona do meu nariz, a cumprir com meus deveres e, por isso mesmo, lutar pelos meus direitos. Aprendi com elas a lidar com a dor e adversidade, e a aproveitar cada mísero momento de felicidade (que, pude ver, também com essas mulheres, acontece a todo momento, diariamente). Aprendi o que é solidariedade, comprometimento, parceria e lealdade. Aprendi tudo o que eu sei da vida, com cada uma das mulheres fortes que passaram por mim e não apenas as da minha família, que são ótimos exemplos. A vida me colocou ao lado, sempre, de uma figura feminina de grande valor. E foi com base nessas figuras e nas vivências delas e também nas que tive com elas, que defini meus valores e princípios, formei meu caráter, e amadureci, talvez precocemente. Sou muito grata a cada uma dessas mulheres, porque tenho muito orgulho da mulher que me tornei. Sei que ainda tenho muito o que crescer, aprender e melhorar, mas o que sou hoje já me alegra bastante. Mas não é sobre a mulher que eu me tornei que eu quero falar.
Por outro lado, as figuras masculinas que povoam e/ou povoaram minha história, são todos uns fracassados. Fracos. Medrosos. Covardes. Salvo algumas exceções, claro. Mas homem, homem de verdade, na minha vida, é muito raro. Quase todos eram alcóolatras, frustrados profissionalmente, mal resolvidos amorosamente, com dificuldade de enfrentar seus próprios medos e os obstáculos comuns à qualquer percurso. Nunca tiveram a capacidade de ensinar algo aos seus filhos e, tinham um péssimo relacionamento com suas mulheres. Não tinham metade dos talentos e habilidades que elas. Eram perfeitas inutilidades. Mas eu sou grata a eles também, porque presenciar tamanha fragilidade masculina, me fez perceber que eu não posso, em hipótese alguma, querer depender da capacidade de um homem, qualquer que seja. Me fez ser mais macho que muito homem. Fez com que eu aprendesse a me virar sem uma figura masculina do meu lado, com que eu, princesinha, não esperasse pelo príncipe encantado.
Infelizmente, a história se repete, e eu, forte como as mulheres da minha vida, vivo tropeçando em homens (ou seriam meninos?) frágeis e medrosos, imaturos e, muitas vezes, mimados. Complicada essa situação, porque eu preciso ter um namorado! Pra quem vou fazer versos dramáticos de amor e dor? Com quem eu vou brigar todos os dias por motívos bobos como músicas e filmes? Com quem eu vou fazer viagens pra qualquer lugar, só pra passear? Com quem eu vou tomar todas e ver o dia raiar? Quem vai musicar minhas letras? Quem vai curtir minha janela comigo? Quem vai ser meu melhor amigo, e mais que isso, abrigo?
Preciso ter sorte e encontrar um homem forte. Eu acredito já ter encontrado, mas ele está ainda amedrontado, fechado em sua casca. Sei que é meu dever salvá-lo, mas também devo respeitá-lo. Grande emoção e decepção, dono, ainda, do meu coração, não posso te livrar da sua prisão. Você tem que fazer isso sozinho, meu benzinho. E aceitar que viver não é só o lado bom, mas que também há dor em meio ao prazer. Espero, um dia, te rever, e reconhecer no homem forte que eu avistar, o menino frágil que hoje aí está. Que seja sempre lindo e gentil, talentoso e carinhoso. Divertido e despreocupado, meu melhor namorado.