domingo, 4 de dezembro de 2016

o mar (ou água e sal)


de todas as coisas a que eu mais gosto é o mar.

a vista pro mar do seu apartamento,
o mar do seu nome e meu lamento
onde eu ponho os barquinhos de papel pra navegar

há mar
onde estive, uns dias, a me afogar
e senti o cheiro, o sal, o gosto
escorrendo quente em meu rosto

(a)mar
que posso agora incendiar
com minha letra no mural da sua parede,
recomeçar
e matar a minha sede (de ti)

cantada (ou inverdades)



resolvida a correr o perigo
deste perigoso estar contigo
quis fazer abrigo

neste seu sorriso de olhos apertados
na sua pele lisa de poros rabiscados
na ventania rosa do céu do apartamento
na poesia prosa desses raros dias sem tormento
na aflição antiga de não saber seus passos
no esquecer do mundo deitada em seu abraço
do medo bobo desse amor ser mais uma cilada
da vontade louca de me fazer mar

pra você ser barco em chamas de recomeço
e eu a outra na-morada