quarta-feira, 25 de março de 2015

Onze zero quatro (ou Aos novos brindes)

É noite ainda
Ou já é manhã
Escrevo aqui, do décimo primeiro andar
Da janela, o céu e o concreto a me acompanhar
Só quem aqui esteve conhece esse jeito secreto de amar
Namorei todo o ar que tinha para respirar
E, em tanto am-ar, me sufoquei
Joguei
Tudo pro alto
Arrisquei outra vez
Risquei um barco em minha tez
Depois de, do carnaval, ver o fim de novo
(Que foi que pra cá eu vim)
Pra lá me movo
A mesma sensação de solidão me atormenta
Me acompanhar: nem todo mundo aguenta
E eu sigo
Com cada novo e velho amigo
Que viveu algo aqui, comigo
Os amores
E os amantes
E todas as cores vibrantes dos anos vividos com paixão
O que fica?
Um pedaço do meu coração
Muita lembrança, alguma canção
E a sensação de que vou desabar ao sair por aquela porta
E assim, recomeçar mais uma vez
Renascer, depois de morta
Sempre a primeira vez
Como fosse só sonhar
Muito há mar ainda preu respirar
Esó o que conta vai, daqui pra lá, no meu barquinho de papel, me acompanhar

domingo, 22 de março de 2015

terça-feira, 10 de março de 2015

Apenas (ou Onde mora o dia)

Ao sair daí
Já quero você aqui
Não sei o que deu em mim!
Não entendo o que senti
Nem controlo o meu querer

Quero você.

Assim que der...
Se eu puder...
Se você quiser...
Vou praí te ver

quinta-feira, 5 de março de 2015

Corações bobos (os meus) ou Angústia


Vou explodir
Escreverei sobre isso, também
Já decidi
Mas só sai riso de mim, ainda bem
Poesia não obedece, manda
Sai quando bem quer
E anda
Enquanto sigo levando como puder

Já não sei onde pisar
Nem quantos corações consigo carregar
Essa angústia que me angustia
Também é forma de amar

Amor que não acaba um dia
E explode num barquinho
Feito com o papel onde te escrevo: Sorria!
E navega sozinho
Sem parar

Nem chorar