terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sobre o antiquário


Faço as malas e me vou, cambaleando no astros, assim, desprevenida. Quero esquecer aquele amor que se fez em outra vida e os momentos em que os outros se embaraçaram nas avenidas. Não insisto mais por nós, nesse amor construído em outra vida. Pois, não há um porque de querer se machucar ao inventar um dom só meu e se entregar ao que nem chegamos a viver e maior que nada, então, pode ser. Não vou chorar, não vou querer, nem te procurar, nem mais sofrer. Vou seguir, viver. Não ligo se doer, não sou covarde como você.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Desejo de recomeço


Que meu inconsciente não me sabote, espero. Se tudo der errado, mais uma vez, não me desespero. Ainda quero tudo o que eu queria antes, mas não tenho controle sobre nossos instantes e estamos, a cada dia, mais distantes. Que eu não seja, também, covarde. Que não me deixe dominar por esse sentimento e pelo medo que me invade. Que eu não morra de vontade, mas possa matar toda saudade. Ou o contrário, como preferir. Que eu não tenha receio de me ferir. Que eu me lance, ainda, ao mar, mas não morra na praia e possa me encontrar. Que eu possa te reencontrar. Se eu não puder ser da sua laia, que reste, ao menos, amizade. Que eu aceite as contradições, dúvidas e aflições da minha pouca idade. Que seja aprendizado cada dificuldade e, o que sobrar, muita felicidade!

Sonhos e utopias (im)possíveis


"Morre mais um ano. Parecidíssimo com os demais, os meses desta década vieram marcados por tragédias que se misturaram com poucas alegrias. O sofrimento de tantos miseráveis clamou em alto e bom tom: a humanidade não pode esquecer-se de que o preço de um possível descontrole ambiental será altíssimo. Com a queda de alguns mitos da modernidade, o mundo padece de uma enxaqueca histórica. Não se acredita mais no progresso sem limite nem na agenda consumista do neoliberalismo. Sobrou uma ressaca, que imobiliza os ideais e as ações transformadoras da história; ressaca que alguns chamam de pós-modernidade. Se a alternativa da alienação não convém, parece que não há vigor para sonhar na reconstrução de outro mundo possível. Porém, sonhar é preciso. Trabalhemos pelo alvorecer de um novo dia em que os rios não poluam os oceanos; os peixes não morram asfixiados em águas podres; o raiar do sol seja menos abrasador. Procuremos ressignificar a esperança de que os bilhões de dólares gastos com armas e bombas sejam relocados em tratamento de esgoto, que aumenta a expectativa de vida de milhões de crianças. Repitamos: é possível acreditar que as fortunas desperdiçadas em cassinos sejam úteis em pesquisa pela erradicação da malária. Esforcemo-nos por esboçar outra realidade, em que se considera inadmissível uma bolsa custar mais que dois anos de salário de um operário. Trabalhemos para que se multipliquem as orquestras e que os prefeitos construam coretos em todas as praças; e que as famílias se reúnam nos fins de semana para ouvir a apresentação vespertina de música. Não deveria ser considerado um delírio esperar que se projetem bons filmes em vilarejos e em cidades remotas. Oxalá bibliotecas ambulantes distribuam poesia para os tristes e boa literatura para os sonhadores. Trabalhemos para que os experimentos com células-tronco deem certo, e que muito em breve os tetraplégicos sejam curados e saltem pela vida. Trabalhemos para que o turismo sexual seja banido e extinto entre os povos; que a pedofilia se torne um anacronismo; que se desarticulem os cartéis de droga - os êxtases virão do encontro com a beleza e a solidariedade. Todavia, reconheçamos que esse porvir não acontecerá enquanto a humanidade tolerar o pressuposto da sobrevivência do mais forte, ou da exclusão racial e da discriminação social. Acreditemos que o futuro chegará de acordo com a semente que plantarmos no presente. O futuro que ansiamos nascerá tanto de nossas mãos como de nossos ouvidos. Primeiro, ouçamos as verdades. Depois arregacemos as mangas. A vida espera por nós. Qualquer hesitação pode redundar em desastre. Já é tarde!"

Ricardo Gondim

Reeducação para a vida

"Decepções, desapontamentos e traições serviram para reeducar-me. Eu precisava desaprender alguns valores que incorporei ao longo dos anos. Minha escola foi complicada. Convivi ao lado de vespas fascinadas por luz de qualquer espécie e também acabei hipinotizado. Não sei precisar quando, mas, acordei: afetações de gente altiva vinham corroendo valores. Em algum ponto, notei que tinha chegado a hora de desensoberbecer o coração de delírios jactanciosos. Hoje converso com a alma para não cobiçar nada que me deixe de gravata lavada e colarinho branco. Quero nunca mais precisar de confete, holofote, palmas. Proponho a mim mesmo viver sem espalhafato. Depois de muita luta, reconheço: tenho poucos relatos surpreendentes para contar. Na maioria das vezes falo e não vejo grandes arrebatamentos em quem me ouve. Desejo continuar assim. Espero que pessoas comuns se tornem os meus amigos. Quero a companhia de gente que se sente atraída pela simplicidade. Não evitarei a densidade de minhas inquietações. Dúvidas me assolam. Lido com desejos impossíveis. Decido não distanciar-me do drama humano. Abandono doutrinas que creditavam o sofrimento universal na conta de uma “providência” divina, elas me roubavam a humanidade. Sei que viver é amedrontador, mas mesmo assim pretendo nunca esquecer de refutar-me. Serei crítico mordaz do que escrevo. Persevarei em duvidar das conclusões que julguei ter alcançado e zombar de minhas certezas. Não hesitarei quando ver-me encalacrado com os paradoxos de minhas reflexões. Marretarei a teologia que há pouco me fazia sentido. Não serei tímido ao derrubar parapeitos que protegeram convicções. Por que temer a incerteza? Não nego a angústia de saber-me mortal. Inconformado com a brevidade da vida intensifico o dia-a-dia. Tenho pouco tempo, mas ainda pretendo conhecer alguma geleira chilena, escalar algum pico alpino e mergulhar em algum coral caribenho. Conto os anos e me pergunto quantos livros lerei. Degustarei mais poesia? Noto essa fome de viver sempre que observo a areia da ampulheta escorrer sem trégua. Assumo que felicidade não é um absoluto, apenas um jeito de perceber os instantes. Mais do que nunca cuido para que apertos de mão valham como gesto de amizade. Espero saber rir de falsas onipotências – as minhas, principalmente. Coloco esperança em meu horizonte existencial. A frágil semente que despretensiosamente planto precisa carregar o destino de ser carvalho. Breve, passarei. Despeço-me do sonho de Ícaro, não ambiciono o sol; na estrada, basta-me um lampião. Ah, por último: se acendo rastilhos de pólvora, estou contente!"

Ricardo Gondim

Sobre aceitar o fim e seguir, afinal.

"Sim, há algo além daqui.
Existe um mundo além de nós dois.
E existe amor além, eu sei.
É, que bem a vida fez aqui.
A sorte de encontrar um amor.
A sorte de encontrá-lo em você.
Deixa estar, que a gente vai sobreviver em som, onde houver canção.
Sabe, bem melhor assim, eu sei.
Não, prefiro não fugir do que foi.
Preciso acreditar no que flui.
E sei que o que há de vir é melhor pra mim.
Se bem que a vida vai e vem e, à sorte da distância, é melhor guardar os fragmentos sem perder o amor.
Deixe estar, que a gente sabe a solidão em sol, onde o coração alimente o rastro que deixamos por aí."

Farewell love song
(César Lacerda e Luiz Gabriel Lopes) - Graveola e o Lixo Polifônico

Um tanto de ar para te dar

quinta, 2 de Junho de 2011

Estou aqui. Ainda estou aqui. Nesses versos, naquela canção. Nos seus passos pelo centro da cidade, no último verão. Nas gotas de chuva caindo, na felicidade surgindo entre os olhares, tímidos. Nos meus livros, nas suas palavras confusas. Gestos, estradas, blusas, diversões. Naquela mesa de bar. No som de uma banda qualquer. Estou em você. Infelizmente, sem poder te abraçar, te consolar e confortar. Sua tristeza afastar, seus fantasmas assombrar, seus cabelos afagar e sua solidão, acompanhar.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Enquanto o sono não vem

domingo, 23 de Outubro de 2011

Vou ficar e esperar amanhecer. Talvez, se o sono me vencer, eu sonhe com você. Quem estou querendo enganar? Todos sabem que eu não paro de sonhar: no banho, na rua, no cinema, na mesa do bar... Até mesmo quando vou cantar. Quem sabe o sonho é a maneira de chegar, a via que pode nos aproximar. Desejo tanto te encontrar! Pode ser que não aconteça, e que eu viva na ilusão. Mas o sonho, meu bem, faz sorrir meu coração.

Sonho vindo ou não, vou viver. Fazer da vida o sonho e sonho ser.

Desabafo. Ou declaração.

segunda, 24 de Outubro de 2011

É distante, sabe? Não dá pra alcançar. Mas meu coração insiste ainda em tentar. E dispara só de pensar. Que é que eu vou fazer pra esquecer? Se toda vez que eu tento, vem você e me faz querer, tudo outra vez. Me voltam os sonhos, as coisas que imaginei pra nós, os planos que eu fiz pra você, sem você nem saber. E qualquer canção de amor é pra você, como se fosse minha. E eu perco a linha, a hora, o gesto, a palavra certa, o olhar. Perco o ar. Me perco por aí pra, quem sabe, você achar.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Sobre o Natal ou sei lá o que sim


Passei a noite em claro tentando achar palavras para do Natal. Acordei cedo e andei bastante, parecendo flutuar, afinal. Ao final tudo recomeça. Não se esqueça. Natal é nascimento. Daquele que veio para nos dar um novo começo. Então a vida, hoje, recomeçaria. E quanto encontro e desencontro aconteceria! Do último Natal (não menos turbulento que o atual) para este, muita coisa fizeste, eu também. Andei sem rumo e fui além. 2011 foi complicado, de muitos e muitos começos e fins. Muitos nãos e sei lá o que sim. Vários ciclos e afins. Que seja sempre assim, e seja cada vez melhor. Que eu nunca tema o pior, mas seja maior que as coisas que, contra mim, pelejam. E as coisas que quiserem ser, afinal, que sejam!

A todos o meu Feliz Natal!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Sobre aquela canção dele

Pedi que você voltasse para me ver, mas você disse não. Será que terei que esperar quatro anos? O que é meu é seu. O que inclui meu tudo, todo o meu fazer. Prumei meu caminho, rumo ao melhor. Quero suas músicas pra almoçar. Azul sem você não há. E a casa deserta está, ninguém pra molhar a pia e meu tapete bagunçar... Antes de ontem a mesa quebrou, o varal arrebentou e você partiu. Eram sinais que só você percebeu. Ou simplesmente motivos inventados pra desistir, pra deixar o medo crescer e o cansaço dominar. O jantar está no forno, caso queira voltar.

Sobre ser Bethânia


"Sabe qual é meu sonho secreto? Que um dia você perceba que poderia ter aproveitado melhor a minha companhia. Que um dia imagine o quanto teria sido ótimo estar ao meu lado, mesmo quando eu estava gripada. No entanto, sei que você está a cada dia que passa mais fugidio. E eu me limito a me surpreender com as circunstâncias da vida. Que me levaram a viver esse papel: o da mulher que quer mais um pouquinho. Constrange-me existir esse personagem Chico Buarque, dolorida, bonita, sendo assim, meio tonta, meio insistente, até meio chata. Nunca precisei aborrecer ninguém antes, então atuo por instinto, cansando-me facilmente. E que fique claro que não é por estar você dessa forma, tão esquivo, que o desejo tanto. Desejo-o porque desejo. Estúpida. Latina. Bethânia. Ainda creio que você, quando eu menos esperar, possa me chegar com um verso em atitude."

Tiiiipo!

Texto da Young que eu li no blog da Thay.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Pedido

Enfrenta esse medo, quebra esse bloqueio. É meu pedido. Dá mais uma chance pra esse amor. Não se conforme com 'apenas amigo'. Vem se perder comigo, viver cada dia e a sensação que com ele vier. Amor e dor, prazer e cansaço. Volta a ser, de mim, o melhor pedaço. Enfrenta comigo os percalços do caminho. Não aceite voltar a caminhar sozinho. Vá um passo além, para além disso que te prende, te detém. Eu tenho medo também. Mas se a gente for junto, devagarinho, todo dia, vai bem. Volta pra mim, meu bem.

Só lamento uma vez


Vou voltar ao meu fichamento. Não, eu não serei mais o seu tormento. Passou nosso momento. Guarde o que valeu no pensamento. Chore suas dores no seu instrumento. Eu vou comprar o meu teclado e derramar nele meu sentimento. Só lamento.

Sobre o que eu ainda não sei o que é


Levantou com uma certa ansiedade. Não conseguiu dormir com os barulhos da cidade. Ligou naquela rádio que eles costumavam ouvir de madrugada. Sentiu saudade. Pensou em lhe telefonar. Já era muito tarde. Ou cedo ainda. Na verdade, teve medo. 'Será que estou desistindo?', pensou. Voltou a deitar e sonhou. Em seu sonho, ele voltou. Que sonho nada! Ela estava muito bem acordada. Viajava, apenas, nas luzes serenas projetadas na janela. A manhã nascendo lá fora, tão bela. E ele em algum lugar distante, sem ela. Que ainda o espera.

Sobre aquele amor de outra vida e a vida escondida nas nossas idas e vindas

Sabe o pior de tudo isso? É o que eu sinto bem lá no fundinho da minha alma. Uma esperança estranha que vive sem eu alimentar, serena e calma. Sinto que não acabou. Ainda não acabou. Sinto que na semana que vem vamos nos encontrar, não importa quem ligar. Vamos beber, rir, chorar, perdoar e nos amar. E começar de novo. Porque a gente tem o eterno amor de além. Lembra da canção? Tá guardado e sempre vai ficar no coração. E a gente vai abrir o antiquário n'algum horário, n'outro dia, e reviver. Se rever, viver e aproveitar. Amar. De novo. Até o próximo conflito. Meu coração nem tá aflito, reflito: nada de novo ou tudo novo, de novo. Vamos terminar de novo. Indo e vindo feito onda, sombrinhas num furacão. Amor, amizade, paixão, emoção. Companheirismo, diferenças, desavenças, confusão. Não sei se gosto disso. Também não vejo problema nenhum, não. No final das contas somos sempre nós mesmos, longe ou perto. Algum sentimento existe, decerto. Pode ser também que não seja a hora, o momento certo. Fiquemos, então, de olhos bem abertos. Sejamos mais atentos, e espertos. Te quero por perto. Em meu peito não há nenhum aperto. Parto. Fica bem, que eu volto. Eu sempre volto. E você também.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ensaio sobre a trovoada

Minha cabeça trovoa. Diferente de você, me entrego, me ofereço sem medo do que possa doer. Estou tendo um troço. É, já sei que não tem negócio. Sorrio mal, mal sorrio. Queria ter feito em pedaços toda a dureza incrível do seu coração, mas não pude vencer sua convardia. A friagem me cutuca. Soluço, quer dizer, relembro. Batucando com as unhas sem esmalte na borda de uma xícara de café bem forte. Lembrando que um dia você falou que eu tava tão chique, que sempre daria raça e nunca deixaria nosso amor virar fumaça, mas replantaria cada vez que ele morresse. Fique. Fica comigo! Se você for embora eu vou virar mendigo. Não vou ser sua amiga. Ainda me entrego ao desafio de entender o teu desejo. Queria te dar um beijo. Um monte de beijos. Meu amor é imenso, maior do que penso, é denso. Mas eu não fui capaz de, num abraço forte, arrebentar essa defesa que em ti existe e teima em nos afastar. Você se deixou esquecer onde nasce e mora todo amor. Só restou dor. Pode doer, não tenho medo de viver.

Baseado na canção Trovoa de Maurício Pereira

Sobre a covardia e o medo de amar


Nunca vai dar certo. Nem aqui nem em lugar nenhum. Enquanto você não enfrentar o medo de se machucar, enquanto você não aceitar que viver não é só prazeroso, mas também doloroso. Enquanto você for covarde assim e tiver medo de amar e se entregar. Vai lá, faz mais uma pequena canção boba de amor e morra de depressão. Porque vai ser assim pra sempre. Você não quer ser feliz. Você não sabe ser feliz. E não deixou que eu fosse. Mas eu estou disposta a tentar, ainda estou disposta a tentar, caso você resolva se machucar, enfrentar seus medos vãos e cumprir as falsas promessas que fizeste. Mas não, não vou ser sua amiga. Detesto covardia. Até algum dia.

Sobre a angústia de esperar

E então ela foi dormir, triste. E sonhou coisas nas quais agora insiste. E suou, sentiu frio, saudades e se lembrou de quando não dormia sozinha. Sua cama vazia do sonho a despertou e ela levantou. Dia cinza lá fora, pouca coisa nova para se ver, alguns textos de uma amiga para ler, músicas para ouvir, muita coisa para dizer. Mas pra quem? Ela estava só e não parecia temer o pior. Lavou o rosto, sacudiu os cabelos, pintou as unhas de vermelho. Seu olhar, no espelho, indiferente. É, ela acordou diferente. E novamente o procurou. Tentou juntar o que restou. E o dia inteiro esperou. Um sinal, uma mensagem, uma ligação. Inquieto seu coração. Apesar de tudo, resignação. E ação. Tirou tudo do lugar e recolocou. Limpou, jogou fora. E o sol surgiu, lá fora. Será um sinal? Bom ou ruim? Foi costurar e escrever, enfim. Não quer acreditar que ele quer mesmo ir embora. Triste e estranha ficou. Embora quisesse, dessa vez, não ligou. Mas tá do lado do telefone, esperando pra dizer alou.

Azul e branco


O tempo que fiquei sem você
Me fez perceber
A ausência de um certo colorido
No meu ser

Como se no meu desenho
Ficasse sempre uma lacuna
Um espaço em branco, sem cor alguma
E só você pudesse preencher

É só você que traz os meus azuis
Ninguém mais tem essa luz
Minhas canetinhas
Estão nas suas pintinhas

Meu céu é seu tênis azul
Você é minha estrela
Minha janela
Meu cruzeiro do sul

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Apenas rir de você e ir dormir

E a angústia de não te ver e, finalmente conversar, me deixa inquieta e um tanto quanto frenética. Vou escrever até o amanhecer. Vou esperar que o outro dia venha me trazendo você. Idiota! Preciso te falar o bem que você me faz. Mal algum. Já escrevi aqui, ali, em todo lugar, mas preciso falar. Preciso fazer soar nas minhas sílabas não tão bem separadas e pronunciadas quanto as suas, que você me faz tão bem! E que sim, eu também quero fazer isso por você. Preciso dizer que te amo. Tanto! Preciso te contar que tudo melhora quando eu tô com você e que você tem o poder (que até então só uma amiga minha tinha) de me fazer feliz. Que você me faz sair do meu lugar de conforto e viver. Crescer, mudar, doer e sangrar, se preciso for pra felicidade se instalar. E como eu posso não gostar? Nossa relação é vida demais. Com todo e apesar de todos os ais. Sei que eu não sei lidar, e preu aprender ainda vai demorar. Mas eu ainda quero tentar! Porque a melhor coisa que há é apenas rir de você e ir dormir, feliz, ouvindo a Guarani e sentindo seu cheirinho. Me dá outra chance, gatinho.

Sobre fazer mal e perdoar


Não. Ele não me faz mal. Nunca fez. Talvez eu faça a ele, embora só queira fazer o bem. Desde que ele apareceu na minha vida, eu tenho estado só sorrisos e de um humor nunca antes visto aqui em casa. E toda pequena canção boba de amor me tem servido de consolo pras coisas que dão errado no meu dia a dia. E eu aprendi a fazer piadas. E ganhei amigos que já são quase irmãos. E me senti leve, como nunca me senti. Perto dele, o peso que carrego comigo some, não sei como nem porque. Só sei que eu gosto. É um alívio, ele é meu descanso. E meu aprendizado. Desde que escolhi ficar com ele, tenho crescido. E ando confusa, insegura e até mesmo triste, às vezes. Crescer tem disso. Dói mesmo. Mas é necessário à existência. É bom e complicado me tornar alguém melhor, mas é o que vejo acontecer do lado dele, e sorrio. Ele provoca em mim a mudança que há muito eu necessitava. Me faz ser menos rígida, menos severa, menos responsável, menos preocupada, menos egoísta, menos ciumenta, menos chata, menos preguiçosa, menos isolada, menos velha... Me faz aprender a dividir e até mesmo a dividi-lo, e a me divertir mais. A ser leve e a aproveitar melhor a vida. Me faz ser mais humana, mais gente, mais generosa e simples. Com ele eu sou feliz, como ainda não tinha sido, apesar de nunca ter sido triste. Quando a gente terminou, senti que perdia o amor da minha vida. O cara mais incrível que eu já conheci. Mais lindo, divertido, boa praça, inteligente, culto, talentoso, gentil, delicado, atencioso, carinhoso, interessante e gostoso que eu já tive por perto. Mas é mais que isso. Sem ele, perco a oportunidade de me fazer melhor, porque é ele que ativa essa mudança em mim. É por ele que eu mudo, embora a mudança seja melhor pra mim do que pra ele. É pra estar com ele que eu busco crescer, embora seja necessário ao viver. É ele que eu amo e com quem eu quero ficar. Sempre perdoarei os erros dele, na esperança de que isso também seja bom pra mim, rancorosa como só, e também para que os meus erros sejam perdoados. Sempre errarei, perdão. Sempre precisarei do perdão dele. Sempre estarei com ele, pro que der e vier. E eu espero que venham ainda muitas coisas. Boas e ruins. Porque é preciso crescer, e pra isso servem as dificuldades e conflitos. Olhando assim, até as coisas ruins se tornam boas. Mas só se for do lado dele. Eu desejo que não acabe aqui. Há ainda uma longa estrada a seguir. Quero replantar o amor e renovar nossa relação. Não vou desistir de ver nossos pés caminharem juntos, e de nenhuma canção. Me perdoe por isso também, coração.

Sobre não desistir, perdoar, replantar o amor e recomeçar


E eu sinto que ainda não vivemos nada e que, ao mesmo tempo, foi uma vida inteira a dois. Novidades todo o tempo. Descobertas de coisas, gostos, acontecimentos... E sentimentos. Nunca antes sentidos. Doação do meu ser, nunca antes ocorrido. Vontade de mudar pra te merecer. De te ter mesmo sem merecer. De crescer com você, de viver com você. De te fazer feliz. De te fazer sentir-se amado. De estar sempre e, verdadeiramente, ao seu lado. De resolver seus problemas, curar suas dores, acalmar suas aflições e ouvir todos os dias as suas canções. Faltou ainda viajar contigo, te descobrir mais que amor, amigo. Dormir ao relento, pegar vento, chuva e sol e guardar cada momento. Faltou te ouvir e seguir, eu só soube sentir. Faltou tanta coisa que eu não quero aceitar que acabou. Acho que dá pra recomeçar, replantar o amor, fazer renascer e voltar a viver. Se você souber me perdoar e eu puder te aceitar como está, pode rolar. Se você não desistir da gente, continuar tentando mesmo que não seja sempre contente. Se eu me esforçar mais, me segurar mais, te entender e respeitar mais. Se aceitarmos que são processos e que leva tempo. Se deixarmos a coisa boa falar mais alto que a ruim. Se eu puder te amar e você voltar a me amar assim, sem fim... Te espero pra conversar e tentar se entender. Não quero seguir sem você.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Sobre os meus defeitos, o ciúme e a coisa boa


Nunca fui fácil. Gênio forte. Cheia de opinião e vontades. Possessiva. Dominadora. Líder. Centro. Egoísta. Tenho dificuldade de não ser isso tudo. Tenho dificuldade de deixar os outros aparecerem. Tenho dificuldade de me deixar dominar. Tenho dificuldade de dividir quem eu amo. Mas de um tempo pra cá, não muito tempo, tenho tido vontade de mudar. Tenho mudado, aliás. Tem sido difícil e doloroso. Tenho chorado, sofrido, me desesperado, me desequilibrado. Mas acho que vale a pena. Não é todo dia que se encontra alguém disposto a seguir contigo. Muito menos alguém disposto a suportar seus defeitos, por piores que sejam. E que também queira mudar muita coisa pra tá do seu lado. Que gosta de você como você é e sabe que tanta diferença faz tudo ser lindo e, ao mesmo tempo, complicado. Que tá disposto a enfrentar essas dificuldades todas, com você. Que te deixa ser quem você é e te faz ser melhor a cada dia. Que tem paciência com o processo de melhoria. Que volta, sempre volta. Graças a Deus que volta. Que também tá em obras pra que isso possa funcionar. Que tem um monte de coisas pra te ensinar. E é muito melhor que você, mas ainda assim te acha incrível, e te ama. Eu acho que ama. Eu também amo. E tenho ciúmes. E tenho feito o que posso pra me controlar. Pra confiar, relaxar, ficar segura. A cada dia, fico um pouco mais. Mas é um processo. Espero que nenhum dos dois desista em meio às pedras do caminho e que essas não tirem o brilho das praias e campos floridos da mesma estrada. Nada na vida é só coisa boa e crescer dói, é o que tenho a dizer. Sei que as coisas ruins são fundamentais ao crescimento e as mudanças que se fizerem necessárias devem ser encaradas de coração aberto, porque é natural mudar ao longo da vida, e fundamental também. Sei também, que as coisas boas são o que fazem as dificuldades, mudanças e crescimento valerem a pena. Ele é minha coisa boa. Ele me faz bem. Não só por ser maravilhoso comigo e pra mim, por verdadeiramente me acompanhar. Mas também por me fazer sair do lugar de conforto e me obrigar a mudar, a crescer, a enfrentar meus medos e maiores defeitos. Por me fazer melhor. Espero fazer o mesmo por ele, ser a coisa boa da vida dele. E que saibamos explodir discreta e delicadamente um com o outro ao longo da jornada (que seja longa, assim desejo), e também saibamos lidar discreta e carinhosamente com as explosões do outro. Porque sempre vai haver uma bomba pra agitar a monotonia da rotina, por melhor que ela seja. Ainda bem.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Pequena reflexão sobre caminhar


Na estrada
Esburacada
A gente cresce
Nas praias bonitas,
Se diverte
Em noite de lua
Cheia
Se conhece
Em cada canto
A gente se ama
Sou sua
Vê se não esquece
Nem reclama

Ais

Eu não te escuto mais.
Entenda.
A cada palavra (nem é verso) você me machuca mais.
Eu que kiss o beijo.
Eu que te coloquei no meu plano.
Engano meu.
Tá sendo muito difícil dar raça.
Quero mais leveza, atenção de graça.
Quero amor, alguns sinais...
Companheirismo de volta.
Nada mais.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O portão


Cedo ou tarde eu teria que escrever algo pra ela. Não sei explicar como, mas ela veio parar na minha vida. Ainda bem! Era 2008, o mês não me lembro, mas foi no primeiro semestre. Eu, caloura, perdida, sozinha, com vontade de voltar. Ela (eu soube outro dia) também estava perdida. E fomos cais uma pra outra. E ela foi minha mãe aqui, desde então. Foi com ela que aprendi a andar a pé pela cidade. Mais pela pobreza que pela comodidade. Foi com ela que aprendi a me divertir nessa cidade. E ela nem sabia da minha pouca idade. Foi ela que me ensinou a ser forte e durona, mas, ainda assim, sensível e bobona. Foi ela que me mostrou que eu era bonita do meu jeito e que podia ser eu mesma, essa doida que vocês conhecem. Foi pra ela que eu corri toda vez que não aguentava mais a pressão e precisava de colo, apoio e diversão. É com ela que eu curo meu coração. E sexta, gente, é dela a colação.

Parabéns Thayninha E desculpa pela foto. É a que eu maaaaais amo!

Musiquinha de video game


E o que é a minha cama sem você?
Pra que eu quero um pijama fofo se você não vai ver?
Só vou ligar naquela rádio se você vier.
Só vou jogar as palavras que você quiser musicar.
Ficarei feliz apenas no lugar que você estiver.
Canto somente pra você me escutar.
Meu batom vermelho? Passo apenas pra, na sua boca, tirar.

E você parece nem notar...

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Uma cadeira no céu

"E faísca o fogo
O fogo fátuo
Fogo árduo
Brilho que voa ao céu

E nasce um novo astro
Em um espaço vasto
Um lugar de fato
Para vagar ao léu

Daqui vejo tudo exato
Nenhum ser ingrato
Nada que me cause dor"

(Poema que o Gordo fez bêbado pra mim "pouco tempo antes do niver do Sá"!)

domingo, 11 de dezembro de 2011

Eu não consigo fazer nem o título

Eu não tenho palavras. Elas fugiram com medo desse amor. É amor? Nem sei. Não sei o que é amor. Não sei o nome do que eu sinto. E não tenho palavras pra explicar. Não sei explicar. Nem entender. Mas não quero perder. Vacilo. Talvez nervosa, piso na bola. Eu quero ser perfeita. Perfeita pra você. De um jeito que você possa ver. Que todo mundo possa ver. Quero ser. Te ter. Como eu te quero! Como eu te espero minuto a minuto, todo dia. Penso em você até quando vou lavar a mão na pia. Você tá na minha casa, na minha pele, na falta que eu sinto do meu celular. Você tá sempre lá, na mente e no coração. Fisicamente e não. Você tá no que segura a minha mão. E eu vou na contramão. Idiota, te perco. Te ganho de novo. Renovo nós dois. Eu quero todos os seus dias, e o depois. Quero que você me queira, quero que você me leve, quero que você carregue todo o mais que eu não puder carregar. Mas vou tentar. Eu sempre vou tentar. Relevar. Esperar. Me controlar. Tentar me controlar. E concordar. Você tá quase sempre certo. Não é por isso que eu te quero por perto. Me perdoe por te provocar, por me descontrolar, por deixar que o ciúme povoe a minha cabeça. Esqueça. Eu sempre vou te adorar. Não precisa se preocupar. Sou tosca. De cabeça oca. E eu adoro a sua boca. Principalmente quando ela tá na minha boca. É, devo ter ficado louca. E rouca. Quero tirar sua roupa. Fica. Fica comigo! Eu já sou um mendigo. Desculpa por isso também. Sou ninguém. E você é um trem de doido! Continuo sem me explicar. Nunca vou saber explicar essa beleza. Acordar e te ver. Já falei que você fica lindo na minha cama? Eu amo você. Nem sei como se ama, mas quero te ter. E ser sua. Mesmo caindo, bêbada, no meio da rua. Já te falei que eu sou tosca. Não mereço sua suavidade. Não mereço que esse sonho seja realidade. Mas, na verdade, espero que nunca deixe de ser. Já não sou eu sem você.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Aniver-Sá ♥

Eu tentei te escrever
Por aqui algum versinho
Mas as letras me fugiram
Sem porque
O que eu sinto por você
É muito mais do que carinho
Só que eu tenho certo medo
De dizer
Eu sei que agora o seu sorriso
E seu olhinho apertadinho
É o que eu espero todo dia
Poder ver
E respirar o seu cheirinho
Dedillhar você todinho
Olhar você dormir
É o que eu quero
Cada dia que eu viver
Ouvir suas canções
Cantar suas canções
Fazer contigo uma canção
Ser sua canção predileta
Te escrever mais um versinho
Bobo e sério com minha letra
E fazer disso o caminho
Ainda que tortinho
Pela estrada acidentada
Que a gente vai trilhar
Fazer seu olho brilhar
Presenciar essa magia
E poder aproveitar
Todo esse amor e a poesia
Guardada
Nas coisas do dia a dia
Experimentar
Sua comida
Ser sua comida
Te comer com melodia
E repetir ao meio dia
Tomar uma
Fazer farra
Dar raça, seguir
Na marra
E morrer de rir
Com você
Passear com você
Entender de você
Dia após dia te conhecer
E reconhecer
O amor eterno que surgir
De além
Contar pro mundo todo
Que eu encontrei alguém
Que eu amo
E tanto me quer bem
Escrever sobre esse sentimento
Bobo e sem fim
Que é minha alegria e tormento
Que eu quero a todo momento
Que não cabe em mim
E sai assim
Na sua direção
É seu meu coração ♥

Pro Sá. Parabéns, gatinho!

Sobre perder e ganhar

Era pra ser o dia mais feliz do ano, facilmente. Depois de um dia corrido e da notícia de que estou, finalmente, saudável, show do Cícero com direito a cd. Depois era hora de sair com o gatinho, aniversário dele. Acabou saindo tudo diferente do planejado, porque eu não consegui entrar no show, mas ganhei irmãos e fui pro Maletta com eles. Revi amigos, fiz amigos, conheci os amigos do bonitinho e além de ficar na mesma mesa que o Cícero e descobrir que ele conhece o som dos meninos, fiquei devendo cafezinho e rosquinha de nata na volta a BH. Surreal. Lindo. Aí levam minha bolsa, com tudo dentro. Em alguns minutos perdi meu dinheiro, documentos, chaves de casa (com meus chaveiros de valor sentimental), meu relógio, meus óculos de grau e escuros, meus remédios e batons, meu celular com boa parte da minha vida dentro. Desespero. Choro. Tristeza. E eu estragando o aniversário do meu namorado, e nossa farra maravilhosa. Agora, que passou o susto, devo dizer que eles levaram minhas coisas e muitas lembranças, mas o mais importante tá comigo. Graças a Deus o caderninho com tudo o que eu tenho feito ultimamente ficou, e a coleção de tampinhas também. Perdi muitas coisas, mas ganhei muitas pessoas. Obrigada a todos que tiveram comigo nesse momento tenso, e me desculpem o drama. Olha, eu amo vocês. Principalmente Sá e Thayninha que deram raça ali do meu lado, provando que são mesmo meus amores; e o Gabão, o Juninho e o Cesinha, que apesar de pouco me conhecerem, se fizeram, ontem, meus irmãos. Apesar dos pesares, a noite foi linda. ♥

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Assobia (poema-piada)


Encontrei-o na poeira
Perdido num domingo
Ainda era apenas amigo
Seu corpo exalava alegria
O abracei sorrindo sem perguntar se podia
Vi, com ele, raiar um novo dia
Era amor que surgia
E ninguém sabia

(Só a Bia)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Da janela


Para que eu possa ver
Nascendo
Tudo que possa ser

Para então eu crer
Crescendo
Mesmo que vá doer

O que surgir nesse belo horizonte
Dessa janela, a cidade distante
A luz da lua, sua pele
Cada instante

Sempre que o sol se pôr
Eu vou morrer de amor

domingo, 4 de dezembro de 2011

O rugby

Era pra ser o futebol americano, mas a minha insistência, fez com que fosse o rugby. Difícil, cansativo, violento até. Fui me acostumando, aos poucos, com as roupas sujas, os horários malucos e até com os milhares de machucados. Com o tempo, passei a torcer por eles, sem nem mesmo conhecer as regras. Vesti a camisa e até comprei uma, linda. Me preocupei nas viagens. Assinei autorizações. Abriguei malas e meninos acabados. Vi a evolução de um garoto que, hoje, tem uma responsabilidade para com um clube que só trouxe coisas boas, e foi, de lá, revelação. Sou grata ao BH Rugby pelo papel (fundamental, eu diria) na adaptação do meu irmão à esta cidade. Pela ocupação, oportunidades e canseira. A sujeira eu dispenso.




O futebol

Vira-lata, brinquei na rua.
Pique, bicicleta, futebol.
Com dois irmãos, aprendi as regras
E fim de semana era campo e sol.
O final do corredor sempre foi gol
E eu, goleira.
No meu coração
Sempre andaram de chuteira.



Pra Thayna, Bê, Sá, Túlio, Guto e Juninho.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sobre a volta (da volta)

Vivo voltando pra casa, e voltando de casa pra casa. Minha vida é a própria volta, penso. As montanhas e as curvas do caminho, a solidão e o não estar sozinho. A parada, o café quentinho, o frio. Lá, o calor e os passarinhos. Filmes, cadeira de balanço, cobertor. Lembranças, amor e dor. Palavras. Aqui, amigos e sons. Canções. Imagens. Lágrima e riso. Sonhos e as dificuldades do realizar. Ir pra casa da minha mãe é voltar pra um pedaço de mim, que ficou naquela casa, naquela rua, naquele salão, naquela cidade, naquela região. É sempre bom e ruim. Voltar de lá, para o meu lar, é como sair de casa outra vez. Revivo cada sentimento que me fez sair de lá e os que me tomaram quando cheguei aqui. Penso no quanto cresci e em tudo que conquistei até aqui. Nas pessoas que encontrei pelo caminho e nas que caminham comigo, principalmente. Fico feliz. E melancólica também. Trago na bagagem, relação renovada com a minha mãe, e uma saudade de casa. Além de muitos badulaques, livros e roupas raptados, fotografias, lembrancinhas... Sempre volto diferente pra lá, e de lá. Inclusive fisicamente. Cabelo cortado e pintado, unhas feitas, braço furado... Confiança e força renovadas, sorriso na cara e a sensação de que devo estar no meio do meu caminho, já que eu não faço idéia de onde estou. Seguir em frente é o que restou, aqui estou.