domingo, 24 de janeiro de 2016

Chuva

E pela primeira vez eu falei
Tudo que eu quis falar
Desde que me apaixonei
E resolvi me calar
Pra você de mim gostar
E em canções bobas de amor passei a acreditar
Ao invés de ouvir meu próprio radar
E viver
Apenas
Com muitas pequenas
Bobagens me ofendi
E precipitadamente agi
Te perdi
E um amigo encontrei
Agora sei
Que a paixão
Era pelo você que inventei
E o você real não
Pude ver
Agora vou deixar ser
Como for
Pro ódio ou amor

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Falou, amizade! (ou A vida acontece)

Meu amigo,
A vida acontece.
Enquanto a gente enche a cara
E faz planos vãos.
Mesmo quando as ideias são claras
E a luz no fim do túnel não.
A vida simplesmente acontece.
E, sem abrigo,
A gente cresce.
Falindo;
Chorando;
Trabalhando;
Sorrindo;
Jogando...
A vida acontece, seguindo,
Até a gente encontrar o que merece.

[Para minha consciência masculina, com um carinhoso murro na cara.]

domingo, 17 de janeiro de 2016

Penny Lane (ou quase famosos)

Toda vez que me apaixonei foi por um som.
Não foi preciso arrancar o meu batom
Nem a minha pele tocar.
Pra fazer eu me encantar
Só foi preciso cantar
A canção que tocou na hora certa
Nalgum instante em que eu estava deserta
E me olhar de frente
Ou do palco, imponente.
Pra me fazer contente
Nunca tiveram que me amar
Só os meus sonhos e os shows que eu vou, habitar.


Seu nome aqui (ou o que falta neles)

No fundo eles são você faltando pedaços
No fim eu procuro você em tudo que caço
Afinal só vejo você por onde passo
E é pra você tudo que eu faço
Como é seu este poema
Suas são estas palavras
E todo seu é o meu querer

Por onde anda você?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Corsário

como é eu faço pra você se apaixonar
como tantos que fiz sem nem me esforçar
?

em qual esquina do bairro vou, de novo, te encontrar
que dia desses vou, então, poder te ver tocar
?

um dia eu vou lembrar de onde parei meu violão
e (ti) buscar a mão do (a)mar
mais que o cais - de desejos vitais - que aquele dia
avistei no seu cantar
e (ti) n(av)egar
?

sábado, 2 de janeiro de 2016

Serena noche

chove suave lá fora
e sou só eu e o bordado agora

o mesmo movimento
o ritmo lento
lisas pérolas
brilhantes como eu, reflexivo

música boa
meu coração, vivo

e o pensamento ativo
em você
altivo
à mercê
de revoltos cabelos
nocivos

não sei bem os motivos
mas quero ficar
e, na noite, serenar