sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Feliz-cidade, Clara-idade ♥


Foi numa quarta-feira de chuva que tudo se encaixou como uma luva. Cabelo verde, não ainda cor de uva. Rolou carona pra Ramona que nunca mais me deixou. Agora ela está onde eu vou e onde ela vai é que estou. Sua família, minha família, nossos amigos, o cachorro-gente, companhia e amizade forte entre a gente foi o que me restou. Não há como negar a irmã gêmea de alma, chiquitita que sou. Meu coração ela balançou e esmalte astral ganhou. É, o aniversário da amora mor chegou. Que haja ainda muita claridade pela cidade, por toda a eternidade de cada instante que nos invade de felicidade. Feliz idade!

Pra renovar meu ser


Primeiro foi a bolsa, com todos os documentos e pertences. O celular. Os chaveiros. O relógio. Depois foi o namorado. E o irmão. Era preu perder a identidade, sair do ar, não ter pra onde ir nem hora pra chegar? Era preu não ter por quem chorar e nem com quem me preocupar? Era pra eu renovar meu ser. Deve ser. Só faltava uma coisa acontecer: o apartamento. Pro meu tormento, tive que partir. Andança. Esperança em um novo tempo que há de vir. Renovação. Acredito realmente, tanta perda e mudança, não ser em vão. Que amora nenhuma solte da minha mão. Que ele domine mais que meu coração. Que a claridade seja o sol roxo que invade minha janela, não mais daqui, mas ainda bela. Vida nova me espera.

A foto é de quando eu andava pelas ruas do Centro procurando este apartamento. Momento de tormento parecido com o hoje vivido.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Bom dia, acabou a folia.


Visita às seis
Seis dias intensos em um único e louco mês
Não vês?
Pra mim é pouco
Já estou rouco
Aconteceu tudo de uma só vez
Estou à mercê
De um carro naval
Que invadiu minhas ruas neste último carnaval
E rompeu minhas veias
Afinal
Não tendo seu aval
Mantenho suas meias no varal
Que arrebentou
Por cima da mesa que quebrou
E partiu
Ela sorriu
Não faz mal
Não há motivo pra sofrer
Tanto faz
É preciso saber também perder
E se encontrar
Não me leve a mal
Não vá chorar
Astral
Bom dia
Acabou a folia
Tchau

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Você não entende nada

Entendimento
Seu tormento
Lamento enquanto procuro apartamento
Não me envolvo
Nada seu louvo
Já tenho com o que me ocupar
Preciso achar novo lar
Enquanto você fica a reclamar do que não compreende
E diz não gostar só porque não entende
Quem você quer enganar?
Leia um livro
Veja um filme
Eu me livro do seu crime
Não me curvo
Não me mine
Meu caminho é turvo
Tenho que ir firme
Enquanto você dança, criança, em seu medíocre mundinho
Tchauzinho

Vou ali buscar uma cerveja!


Levantei e fui ali. Busquei uma cerveja e a abri. Bebi e te olhei. Da lerdeza e das caretas reclamei. Notei um certo brilho em seu olhar. Que passou a me interessar. Comecei a gostar e falta de ti senti. Te revi. Te quis, de novo, aqui. Não me reconheci. Amoleci. Veja o gozo em meu olhar. Vou ali buscar uma cerveja. Me acompanhe, por favor. Derrame no meu copo alucinante todo seu amor. Leia minha poesia hipnotizante a cada dor. Me beije a todo instante que surgir. Não se preocupe nem tente fugir. Eu não vou sumir. Do seu jeito tosco e fofo quero rir. Ao seu lado, cansada e satisfeita, dormir. Da minha cama quero cair e do sonho impossível acordar. A vida real tem muito ainda pra me dar. Não vou parar nem desistir. Vou viver e, feliz ou infeliz, seguir.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Um bicho do além

Porque nem sempre eu consigo me manter de pé. Sei que é preciso não perder a fé. Em Deus, em mim, nos meus amigos e amores, nos sonhos e nos feijões, na vida escondida em cada instante. Almejo um sossego distante e sei que devo ir adiante. Mas, vez ou outra, me consome uma dor irritante. É quando me sinto diferente de todo mundo, indo, gauche, na contramão. É quando preciso de uma mão. É quando o remédio da alegria não é euforia suficiente. É quando pareço não estar contente. Acontece, às vezes, quando é época de tensão pré menstrual mas, dessa vez, é pré carnaval e envolve um vendaval de acontecimentos, problemas, sentimentos e pessoas. Tenho me visto distante das amoras. Talvez por elas não terem dormido aqui no último fim de semana e, por termos saído com desfalques importantes em alguns dias. Talvez pelo desencontro, correria e desentendimentos bobos. Talvez por ciúmes. Talvez por eu estar cansada e, pela primeira vez, desde então, muito ocupada para acompanhar todos os acontecimentos e notícias. Talvez seja só saudade delas mesmo. Que é o mesmo que sinto em relação à minha mãe. Pela primeira vez não consigo tempo pra fazê-la saber da minha vida, pra contar do meu dia, todos os dias. Pra dividir meus sufocos e alegrias. Isso tem me deixado angustiada e até um pouco perdida, apesar da nossa relação abalada. Também estou sentindo falta do meu irmão, e de suas piadas, apesar de ser bom ter, de novo, a casa só pra mim. Sinto o coração doído quando penso nos amores e paixões que tiveram, recentemente, fim. Fico pensando como está cada ser e o que poderia acontecer se fosse de outro modo. Me incomodo. Principalmente por estar novamente apaixonada e, interessada em não magoar mais nenhum coração, incluindo o meu. Passo perto da covardia que tanto me arrepia. Mas não vou ter medo de errar, de sofrer, de chorar. O que dói também é bom, porque nos ensina e fortalece. Esqueço de mim e lembro da canção: errar não faz de ninguém um bicho do além. Se machucar, é só tentar curar, bem devagar. Afinal o tempo é rei e faz toda ferida cicatrizar. Vou deixar a vida me levar e amar sem amarras. O que eu queria falar e que talvez tenha falhado em demonstrar, é que eu amo incondicionalmente cada uma das pessoas envolvidas nesse texto e sinto falta de cada uma a seu modo, apesar dos pesares e desenrolares da vida. Só não consigo abraçar, aproveitar e acompanhar o mundo como sempre quis. É o que me faz, raramente, infeliz.

Fofurices toscas


Abri os olhos e o coração
Para uma nova emoção
Pus minh'alma à prova
Por esta paixão que me renova
Não pensei que fosse acontecer
Não imaginei este brilho, no seu olho, ver
Acho que estou gostando de você
Sejam, então, as coisas que quiserem ser
Vamos viver tudo o que há pra viver
É só o que sei fazer

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Sobre fazer do sonho o feijão

Sempre sonhei demais. E sempre corri atrás do que eu quis. Nunca fui alguém infeliz, apesar dos pesares. Há sempre outros mares para se navegar. E eu nunca me canso de procurar. Vivo em busca da concretização dos meus sonhos, o que não é uma tarefa muito simples. Tenho suor escorrendo na testa e bolhas nos pés. Mas ainda enxergo através do vidro das janelas e vejo paisagens muito belas. Meu belo horizonte não mais distante mas inconstante me traz alegria e paixão. Não tem espaço em minha estante para a solidão. Busco sustento neste instante. Uma certa segurança e estabilidade. Quero ser adulta sem deixar de ser criança. Não quero, nunca, perder a esperança na humanidade. De preferência sem descartar a possibilidade de fazer minha vontades e manter meus prazeres. Não quero abrir mão dos afazeres com que sempre sonhei. Quero ganhar dinheiro fazendo o que imaginei, fazer dos meus sonhos o feijão no prato de cada dia, hoje.

Paródia


Sossego sua saudade, se você deixar, apesar de não ser minha e, ainda assim, impróprio meu convite. Pode querer, não me evite. Não sou alegre nem triste horizonte. Apenas poético e distante amor. Sossegue, por favor.

Tecido

Porque tudo passa
Menos você
Porque toda vez que te ouço
Quero te ver
Quero te ter
Sem porque
Porque mesmo que tudo passe
Fica, de você, uma nota ou melodia
Esse brega ainda vai me matar
Será que um dia
Como diz minha mãe
Com você vou terminar?

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Pra te acalmar

Tento por aqui te escrever outro poema
Que acalme e te faça mais feliz
Eu sei que às vezes é difícil viver com tanto problema
Mas a gente pode pintar o nariz

Eu te pergunto: vem comigo?
Correr, brincar no chafariz
E eu te digo, meu amigo
Viver é sempre por um triz

Eu penso tanto em te encontrar
E nunca sei o que falar
E ao seu lado quero estar
Pra num abraço te acalmar

Mas sei que não tenho o poder
Por isso volto a escrever
Pra te dizer o quanto quis
Te ver de perto e bem feliz

Perigo


Vermelho
Meu batom no espelho
O tom da sua voz
A distância entre nós

Bonina
Amor de menina
Na esquina uma dor
Do seu beijo o sabor
Seja logo o que for

Magenta me esquenta
Trombeta de um anjo
Revelando novo arranjo
E um urso irmão

Meu coração partido
Partido comunista
O vermelho do artista
Me conquista e acalma
Espelhado em minh'alma

Na palma carrego um corte
Abraço alegre e forte
A cor do laço do presente

Passo rente ao paraíso
Que só pode ser no seu sorriso sem fim
Pobre e feliz de mim

Me cobre com seu braço
Alivia meu cansaço
Assovia minha sorte
Emoção, sempre meu norte

Aporte vermelho
Na imagem que se reflete agora neste espelho
Me complete
Gruda em mim feito chiclete

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Futuros amantes


Queria ter o poder
De te fazer
Esquecer
E me ver
E voltar
A viver
Sem sofrer

Como não posso
Mais um poema
Vou fazer
É, pra você
Que ainda vou conhecer

Ainda

Ainda bem
Ainda não
Ainda sem
Mesmo que em vão

Ainda nem
Ainda vem
Ainda quero
Não mais espero

Ainda amo
Ainda dói
Já não me engano
O amor corrói

Sabe o que é?

Sei não
Deve ser ocupação
Tô rimando
E olha, nem sofre meu coração
Tô amando
Vou remando
Na contramão

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Dos sonhos ao vento


E o que eu vou fazer com os sonhos pendurados na minha janela, agora que ela não será mais minha? Vou sonhar sozinha? Sem fita, sem vento, sem boa companhia pra assistir o sol, a cada tarde, se despedir? O que vou fazer com a angústia que me invade? Por onde vou seguir? Onde vou amarrar meus desejos, senão nos seus beijos? E se eles não vierem, sonharei com aqueles que os outros me derem? Ou vou deixá-los aqui, para que os que vierem depois de mim também possam sonhar? Onde os vou colocar? Em que vento soltar? Em que fita anotar sonho novo que surgir? Será que devo fugir? Vou apenas fingir que não te vi por aqui, que não sonhei contigo ali, e seguir ao relento com cada tormento. Deixo os sonhos e os cabelos com quem sempre os levou: o vento.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Um minuto


Silêncio. Por favor. Me dê um pouco de (tu) amor. Que eu te apresento toda cor que surge a cada novo sabor. Cansei de só sentir dor. Peço apenas um pouco de silêncio, por favor. Paz. Já não aguento mais. Quero correr atrás (de ti). Traz todo seu calor aqui, pra mim. A felicidade mora ali, onde nossos corpos se tocam e nossas mãos nos provocam enquanto os lábios se chocam em meio ao pavor de mais este seja o que for. Um minuto de silêncio, por favor.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Domingo


Vem
Comigo
Meu bem
Vem
Ser meu amigo
Brincar com meu umbigo
Que eu posso, então
Ser seu abrigo
Vem
Me dê a mão
Vamos correr
Perigo
Vem viver
Domingo
Vou praí
Te ver
Se tiver sol
A gente
Joga futebol
Se somente
Nuvem surgir
Podemos caçar
Bichos no ar
E morrer de rir

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Meu mundo caiu

E, de repente, tudo vira do avesso. Não sei nem por onde começo. O curso que acabei de começar, vou ter que largar. E um emprego, URGENTE, eu preciso arrumar. Ou então, pra minha cidade serei obrigada a voltar. Como pode tudo mudar assim? Eu vivia uma alegria sem fim, com as coisas, aos poucos, se ajeitando, o coração tranquilo, novos amigos, diversão, isso e aquilo... quando meu mundo caiu. Desabou na minha cabeça e me feriu. Vou sentir falta daqui, viu. Dessa janela de onde tanta coisa eu vi e que, também, tanta coisa minha viu. A vida bem que me podia ser mais gentil... Não sei o que fazer. Queria morrer, sumir... Vou dar uma volta por aí. Quem sabe o vento me traga algo mais que um cabelo embaraçado e eu possa ter meu ânimo renovado. Acredito, ainda, que o que é meu está, n'algum canto, reservado. E minha esperança resiste, mesmo que seja demorado. Alguém pra andar ao meu lado?