terça-feira, 29 de março de 2016

(Sor) Tudo

Sou forte
Ouvi dizer que é da sorte
Não me faltar saúde,
Pessoas,
Norte...
E muita vida entre cada morte

Só falta mesmo saber me fazer cais pra que você, em mim,
Aporte

segunda-feira, 28 de março de 2016

Meu recado

Meu corpo não está aqui exposto para que você o deseje, para alimentar suas fantasias sexuais. Meu corpo está exposto porque ele é um corpo, livre, que tem esse direito como qualquer outro corpo. Se fosse um corpo masculino provavelmente não causaria tanto rebuliço. Mas por eu ser uma mulher e a mulher ser, tradicionalmente (na nossa sociedade machista), objetificada sexualmente, é sim um escândalo e uma dor imensa um mamilo de fora! Causa espanto (quando não causa ereção!), não é mesmo? - É um absurdo! - bradam os rinocerontes. Pois vou te contar: Não é não! É só um corpo. Como o seu, como o de todo mundo. O instrumento de nossas vidas. Um peito como o que te amamentou. Nada mais que isso. Pode até ser sim, bem bonito. Mas que corpo não o é? A perversão está na sua cabeça, é um problema seu. Imagine no meu lugar um homem e esta foto seria completamente normal, até mesmo banal. Acho que é (passada a) hora de refletir. Eu sou (o projeto de) uma artista que tem como base corpos (o meu mesmo, na maioria das vezes) e meu objetivo não é outro senão provocar o debate e a profunda reflexão sobre a sociedade em que vivemos e - principalmente! - o papel/espaço da mulher nela, além de exorcizar toda e qualquer dor que me aflija, como sempre fiz. Silenciosamente, eu diria, pois não sou de discutir o assunto mas quem me conhece sabe muito bem meu posicionamento: Machistas não passarão!

[Foto: Téo Nicácio]

domingo, 27 de março de 2016

(Meu) Coração selvagem


Passei a vida querendo viver uma canção.
Até tatuei, dela, o coração.
E, de repente, sem ter me dado conta, cá está ela, sendo por mim vivenciada.
Uma a uma as palavras foram por nós soletradas:
Desatados desatinos pelas madrugadas...
Cada uma das estrofes parece ter sido, por nós, inventada!
Assim também, é pra você mais essa cantada
Que escrevo um tanto quanto sem razão e até mesmo um pouco envergonhada,
Guiada apenas pelo meu coração selvagem em sua apressada cavalgada.
Estranhamente não anseio correr com você!
Tem que ser bem de-va-ga-ri-nho para eu ter tempo de ver
Todo o refrão naquelas frases acontecer:
O rádio no carro, a turma, o bairro...
O mundo inteiro naquela estrada ali em frente
E eu me apaixonando de novo e outra vez por você, tão contente!
Deixar o barco seguir o mar dessa corrente
Até perder a noção do que é que pode acontecer entre nós:
Sua língua em minha tez e meus poros, sua voz?
Será mesmo tão difícil criar laços e desatar os nós?

Liberta sua canção, guarda uma frase pra mim, com emoção
E vem correr perigo, comigo, amigo!

(Que outros cantores chamam baby.)

[Foto: Téo Nicácio]

sábado, 26 de março de 2016

Simples, mente, complicado.


Difícil te entender,
Por mais que eu esteja, verdadeiramente, interessado.
Você se dizia tão simples que se mostrou simplesmente bem complicado.
Não sei porque, ainda assim, quero - tanto! - estar ao seu lado!
Vai ver tem alguma relação com o meu gostar de sofrer
Pois mesmo sem pressa nem esperança,
Aposto na surpresa, feito criança, imaginando o interfone tocar
E você,
Numa mensagem pelo celular: Abre a porta, me deixa entrar!
Não vês que já deixei você me bagunçar?
E essa desordem, quem vai arrumar?
A porta vai estar sempre aberta
Por mais que eu esteja no ar e a casa, deserta.

[Foto: Téo Nicácio]

quinta-feira, 24 de março de 2016

(Tantas) Notícias

Se encontrar um dos meus, mande um abraço.
Por aqui as coisas estão loucas, apesar do meu cansaço.
Acho que não sei, não
Mas nasci pra levar essa vida insana de solidão.
Arrogância minha ou não,
Nunca sei o rumo que as coisas vão tomar nem em que esquina virar.
Por isso mesmo vou andando sem nunca parar,
Deixando tudo sempre mesmo para trás:
As pessoas, coisas, lugares e o que o amor me traz.
Do meu coração já não sei mais.
Entreguei na sua mão e segui (s)em paz,
Outro dia mesmo, aqui, no portão.