domingo, 29 de novembro de 2015

Os cantos doidos e doídos (ou Quando eu canto você some)

Todo o tempo
Tenho feito
Mais de mil canções
Para te dar
Dentro da minha cabeça

Só me falta quem em mim reconheça
Tanto mar e emoções
Cantor das multidões
Que queira ser meu
E amor
Não paixões


Fatal

Não
Eu não
Queria
Que fosse somente
Tesão
Sim
Queria muito
Mesmo
Atingir
Seu coração
Ouvir
Sua canção
Tocar
Só pra mim
Ser e estar
Somente sua
Nela
Assim
Nua
Na sua mente
E mãos
Enfim

Paixão ou gripe, eis a questão

Tô idiota
E gripada
Escrevendo poemas
E mais nada

Penso que devo estar apaixonada

Socorro!
Que cilada

Onde eu parei meu violão II (ou Marambaia)

Enquanto eles se debatem em brigas banais
E você, no espelho, gasta tempo demais
Eu procuro o cais

Não mais durmo
Sonho
Não mais respiro
Inspiro
Não mais sei de mim
Do mar não sei o fim

Talvez o cansaço e a vontade de te amar
- Tão grande! -
Tenham feito eu desaprender a navegar
E o porto - que me (en)cante - buscar
Para enfim parar e descansar

Não sei onde parei meu violão mas quero tocar
(Com você)
O barco de papel pra Marambaia
E ficar de papo pro ar

Um tempo com você (ou Musica meus poemas?)

Como é que eu falo pra você dessa vontade infinda de te ver?
Não é preciso tempo nem espaço
Amor não é necessário fazer
O sexo pode ser deixado de lado
Hoje eu só quero estar com você

Como dizer que além do sonho quero estar com você?
É preciso sentir seu cheiro e seu som
Os seus problemas eu posso tentar resolver
Meus poemas podem ser deixados de lado
Pra eu só musicar você

Me liga, me chama, me busca aqui!
Musica meus poemas, me abraça e me deixa adormecer aí

Canção da despedida

Minha grama não quebra sua calçada
Talvez eu precisasse de uma britadeira
Não é nada concreto e eu cansei dessa brincadeira
Guardei meu afeto naquela mesma prateleira
Onde não me coube por perto
Saí sem me despedir nem nada
Antes que acontecesse a tragédia
Que as nuvens anunciaram na sua morada
Não queria escrever uma comédia
Mas desde o início que eu vejo o fim
Te deixo, então, e sigo assim
Levando comigo a dor,
O amor,
Essa saudade...

E a vontade de ser seu abrigo, amigo
Ainda que tarde

Desejo de cais

Me esforçando em outras conversas
Tenho andado e vivido às pressas
Para me sobrar tempo de - contigo - sonhar

Caminhando noutros trilhos
Desprezando tantos brilhos
Quero apenas este mar navegar

Coração bate feito bobo
Sempre que o telefone toca
Uma vontade me invade e eu fico louco
Sua canção me provoca

Em mim feito a pororoca
Pipoca o desejo de parar

Em bravos mares
Não anseio mais nadar

Quero apenas o - seu! - porto avistar
E ficar ao alcance do seu olhar
De lar

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Miragem (ou A Ilha)

Escrever sobre você
Pode fazer eu te perder
Antes mesmo de chegar
Perto um pouco de te achar

Sinto que não devo nem começar
Sentir você
Pensar em ter
Falar prazer
Com facas cortar
Agir e ser

Meu coração deve continuar
A esmo nesse mar
Com a miragem do porto
Vez em quando a me consolar

Ou talvez em você, conforto
Eu possa, enfim, avistar
A ilha deserta onde ninguém quer chegar
E aportar num cais perfeito pra te amar

Não sei nadar nem nada
Só vou saber se mergulhar
Atrás do canto da sereia
Que me encanta e faz sonhar

Já fui - de novo! - e não sei quando vou voltar

sábado, 21 de novembro de 2015

Ando (Ou Gerúndio)

fiquei um tempo bom te
esperando

confesso até andei
sonhando

quantas mensagens te
enviando

de outras tantas
desviando

evitando

sufocando

tentando

convidando

acreditando
que (ao menos) um parabéns ia chegar

hoje vejo, estava só me enganando
agora ando

pra não mais voltar
mesmo - AiNDA - gostando

porque sei que andANDO vai passar

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Réveillon

E mais um ano se passou. Surpreendentemente inesperado, inusitado, impensado. Bizarramente maravilhoso. Entre altos e baixos, trancos e barrancos, eu me descobri mais um pouco e um pouco mais feliz. Sempre feliz, mesmo triste. Sempre forte, mesmo fraca. Seguindo sempre em frente levando comigo o que foi bom, quem vale a pena e pequenas saudades. Deixando pra trás o que doeu, aprendendo com os erros e desprezando as maldades. Não importa a minha idade. Sou do tamanho do mundo e ele cabe em cada sopro de vida, cada segundo infinito bem vivido. Certezas tenho poucas: Os que amo e que, se estiver viva daqui a um ano, faremos outro réveillon. Sou eu quem controlo meu guidom? Dúvidas passeiam por bocas, corpos, copos, papéis, canetas e calçadas. Eu tenho feito da vida minha morada, vivido um dia de cada vez e ido até o fim. Porque mesmo torta, eu sou assim. Os navios e o barquinho de papel me gritam (feito tatuagem dando coragem ao pirata pirado): RECOMEÇO! Outro tempo começou, pra mim, agora. Com tudo novo, de novo e a canção nascendo a cada dia, mesmo que o tempo seja de crise.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Pra guiar seu barco entre trovoadas pelo mar bravio

Seja meiga.
Seja objetiva.
Seja faca na manteiga.
E grama quebrando a calçada.
Vá devagar, não apresse nada.
Faz do presente sua morada.