sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sobre a volta (da volta)

Vivo voltando pra casa, e voltando de casa pra casa. Minha vida é a própria volta, penso. As montanhas e as curvas do caminho, a solidão e o não estar sozinho. A parada, o café quentinho, o frio. Lá, o calor e os passarinhos. Filmes, cadeira de balanço, cobertor. Lembranças, amor e dor. Palavras. Aqui, amigos e sons. Canções. Imagens. Lágrima e riso. Sonhos e as dificuldades do realizar. Ir pra casa da minha mãe é voltar pra um pedaço de mim, que ficou naquela casa, naquela rua, naquele salão, naquela cidade, naquela região. É sempre bom e ruim. Voltar de lá, para o meu lar, é como sair de casa outra vez. Revivo cada sentimento que me fez sair de lá e os que me tomaram quando cheguei aqui. Penso no quanto cresci e em tudo que conquistei até aqui. Nas pessoas que encontrei pelo caminho e nas que caminham comigo, principalmente. Fico feliz. E melancólica também. Trago na bagagem, relação renovada com a minha mãe, e uma saudade de casa. Além de muitos badulaques, livros e roupas raptados, fotografias, lembrancinhas... Sempre volto diferente pra lá, e de lá. Inclusive fisicamente. Cabelo cortado e pintado, unhas feitas, braço furado... Confiança e força renovadas, sorriso na cara e a sensação de que devo estar no meio do meu caminho, já que eu não faço idéia de onde estou. Seguir em frente é o que restou, aqui estou.

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