terça-feira, 22 de novembro de 2011

Do (meu) amor ♥

Eu disse pra você: Paciência!
A ciência ainda não tinha inventado nada parecido com isso.
Selamos um compromisso novo aqui.
Sem que seja reveillon, sem nenhum ano bom.

Eu tenho medo que esse tanto amor seja tragado pela boca leviana da cidade,
Esse amontoado de avenidas e destinos
Que se cruzam como o cão e a cachorra no capim.
Acende pra mim!

Eu disse pra você que esse fogo já subiu pela escada, incendiou o edifício
E se espalhou pelas ruas entupidas
De pessoas inflamáveis e desejos suicidas.
Eu tenho medo que um amor assim seja traído pela própria grandeza
E fique cego de ciúmes.
A chama se consome na velocidade,
Como uma ponta de cigarro no capim.

Acende pra mim esse sorriso.
Não pode tristeza voltar.
Candeia na areia do mar.
Acende pra mim!

QUEIROGA, Lula. Acende pra mim.


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